quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Os fios do Projeto Ópera

O Projeto Ópera possui dois fios condutores. O primeiro, objetiva conceituar. Cada aluno disse o que achava que era ópera. Diante disso, criaremos situações para verificar tais hipóteses. A ideia é NÃO trazer conceitos prontos, mas fazer com que a criança reflita sobre o que disse e,  através de propostas trazidas pelo professor, chegar a várias conclusões.

As hipóteses:
Nara: Acho que é um quadrado com uma bolinha.
Nicole: É um avião.
Maria Isabel: É um jogo.
Rian: É um tipo de fita.
Nathália: É uma comida.
Thayla: É um tipo de pizza.
Kauã: É uma pessoa machucada.
Bryan: É uma moto.
Vitor: É o nome de um cavalo.
Sophia: É um passarinho.
Ana Clara: É uma casa bem grande.
Maria Luiza de Paula: É uma música.
Maria Luiza Costa: É um trabalho.
Catharina: É uma música. A ópera tem que mexer com a garganta.
Yago: é um trabalho.
João: É um instrumento.
Wallesca: É uma comida.
Cauã: É uma bíblia.
Erick: É quando vai operar uma pessoa.
Kaique: É uma plantação.
Rafaela: É uma história.
Anna Lívia: Um tipo de instrumento.
Camily: É um tipo de máquina simples da China.
Ana Beatriz: É um tipo de toca para se esconder.
Daniel: É um tipo de comida.
Thiago: É um tipo de fábrica.
Thifany: Um tipo de meditação que dobra as pernas.
Pedro: São várias pessoas tocando diferentes instrumentos juntos.
Ezequiel: Uma música.
Maria Eduarda: É um tipo de obra.
Rafane: Um jogo.
Joaquim: É um tipo de show.
Júlia: É uma exposição de arte.
Laura: Uma música

O segundo fio traz, de forma bastante motivadora, elementos que compõem o cenário literário da ópera. No caso da minha turma, a história de Turandot, passa-se na China. A ideia é repertoriar as crianças para que conheçam um pouco mais desse lugar, principalmente através de seus símbolos. Dessa forma, quando a história for lida, creio que em Setembro, já compreenderão diversos elementos presentes no texto.

Na prática:
Adivinha na porta da sala de aula: “ Qual é o  céu que não tem estrelas?”
"Só vamos abrir a porta, se  vocês conseguirem acertar a resposta." Muitas crianças já sabiam a resposta: “O céu da boca!”

O trabalho com as adivinhas se mostrou muito motivante para o grupo. (Apesar de você estar lendo isso hoje, o projeto já está na terceira semana). Os alunos estão “doidos” atrás de adivinhas em casa a fim de terem repertório e já chegam à escola esperando por elas. Isso, para mim, cumpre o papel da adivinha como texto de tradição oral e sua função social, pois eles estão perguntando aos familiares para conhecerem um número maior delas. Além disso, eles falam sobre o assunto entre si e contam para os pais qual foi a adivinha daquele dia.

Para ajudar nas questões de linguagem, essas adivinhas estão sendo escritas em um caderno para fazerem parte de uma coletânea. É um momento muito interessante, pois os alunos colocam em jogo todas as suas hipóteses sobre a escrita.
“Como é que vocês escreveram TEM?
TEI
TEN
TEM

A partir das escritas, podemos fazer diferentes relações com a grafia de palavras conhecidas, reflexões sobre a escrita correta de cada palavra. Quando se tratar de uma regularidade, é possível pensar na regra de forma contextualizada, afinal, estaremos usando a palavra com sentido. E ao se tratar de uma irregularidade, refletimos sobre a necessidade de usarmos a memória e o sobre a frequência do uso da mesma.







Levei para a turma, o livro Pra lá, pra cá, de.....Fernando de Almeira, Mariana Zanetti e Renata Bueno, da Editora do Brasil. O livro conta a história do gato Tonico e sua vidinha na casa de Cláudia. Aproveitei que o livro trabalha com algumas palavras, como: feliz, triste, grande, embaixo, cheio, vazio.... Para que as crianças fizessem gestos ou expressões. Combinei que, quando chegasse o momento, eu daria um comando avisando e eles teriam que criar de acordo com a palavra. Foi bem interessante e a leitura de um livro simples, tornou-se motivadora para todos.

alegre

triste

Quando a leitura terminou, fizemos relações entre a história e a poesia do Gato da China. Thifany disparou logo que os dois gatos eram pretos. Rafane afirmou que Tonico não tinha olhos puxados como o da China. Como o nome do gato era Tonico, Camily disse que o gato era brasileiro.

Propus também algumas situações-problemas, do campo aditivo, sobre o gato Tonico. Foi um pouco tumultuado, muitos querendo dizer a resposta para os colegas. Entretanto, ao final de cada problema, fizemos um compartilhamento das diferentes formas de resolução: uso de palitos desenhados, uso de dedos, desenhos e registro matemático. No final da atividade fiquei muito feliz em perceber que a turma, apesar de grande, afinal são 34 crianças, gera grande satisfação.

 




Um exemplo interessante:
O primeiro problema tinha o fato 5 + 8 e o segundo 8 + 6. João disse: “Se no primeiro é cinco mais oito e é igual a treze, o segundo aumenta um, então a resposta é catorze.” E colocou apenas o número. Compartilhar as formas de pensar é fundamental para ensinar estratégias e não termos apenas uma única forma de resolver uma questão.

O que estou tentando fazer é que os conteúdos estejam a serviço do projeto e dos temas afins. Vamos ver o quanto conseguiremos. As crianças estão gostando muito e também estão intrigadas. "Será que o projeto fala da ópera ou fala da China?" Hum...



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