terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Superamigos Parte 2

Como citei no post anterior, as crianças gostaram e se identificaram bastante com o livro Superamigos. Aproveitei a oportunidade para desenvolver atividades que os alunos pudessem pensar sobre os nomes, as letras iniciais, as letras finais e muito mais. Veja algumas dessas atividades.


As crianças receberam as letras juntas. Tiveram que recortar e pensar na letra inicial de cada animal. Enquanto cortavam eu ia passeando pelas mesas para perguntar aos alunos o nome das iniciais. Desde o início trabalho sempre com todas as letras. Neste caso, a lista dos animais da história ajuda muito, pois eram conhecidos pelos alunos.


Aqui o objetivo era o mesmo, mas com um nível maior de desafio, pois tinham que identificá-las em meio a outras letras.


Como as crianças já identificam as iniciais é totalmente viável reconhecer os nomes. Nesta circunstância ainda podemos fazer perguntas do tipo: Quais animais possuem 4 letras? Se caracol e castor começam de forma igual, como podemos identificar corretamente seus nomes? 
Colocamos as imagens dos animais no quadro de letras.





Coletivamente criamos uma frase para cada animal. No dia seguinte, levei as palavras e as colei no quadro. Fomos relembrando cada frase. Eu dizia a palavra e os alunos tinham que identificá-la no quadro. Quem conseguia achar, levantava e mostrava onde estava para o grupo.  As frases foram coladas no blocão.  Cada criança também leu em sua própria folha, além de circular os nomes dos animais.

Reflexão sobre as letras finais
Faltando letras






Cada criança recebeu uma folha de cartolina com os nomes dos animais. Ao lado um espaço vazio. Eles tiveram que identificar o nome do animal e desenhá-lo ao  lado. Após esse trabalho, todos pintaram e recortaram. Esse material se transformou em um jogo de memória (figura/palavra). Eles brincaram na sala de aula e levaram para casa para jogar com os familiares. 

Ler o nome do animal e desenhá-lo



Caracol feito com massa

Essas atividades foram bem intensas e as crianças interagiram bastante. Mas ainda vem mais coisas por aí. Aguarde!

Continua...






segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Superamigos Parte 1


Queria ler algum livro para as crianças em que o tema  fosse amizade para continuar estreitando os laços do meu novo grupo.  Procurei no acervo do Pnaic e achei um interessante:  Superamigos, de Fiona Rempt e Noëlle Smit, Manati Produções Editoriais.  Li o livro (Ah, sim, professor tem que ler o livro antes de usá-lo com a turma. Não vale pegar qualquer um, de última hora) e gostei.

O livro conta a história de um caracol que possui um grupo de amigos (sapo, pato, formiga, toupeira, castor e esquilo).  Eles sempre brincam juntos, mas o caracol nunca consegue brincar porque anda muito devagar. No dia do aniversário do caracol, há uma festa e cada bicho dá um presente estranho para o aniversariante. Ao terminar a entrega dos presentes, eles colocam a "mão na massa” e constroem um carro para ele.. O caracol fica muito emocionado e consegue brincar como nunca!  Todas as crianças perceberam o valor da amizade, de fazer o bem ao próximo. "Eles são amigos de verdade!" Refletimos o que amigos de verdade fazem uns pelos outros e concluímos que precisamos seguir o exemplo e como é bom saber que as pessoas se preocupam conosco e conhecem nossos desejos.

A leitura desse livro aconteceu no segundo dia de aula. Os alunos gostaram tanto que vi uma oportunidade para explorar o livro.  Resolvi aproveitar os personagens para reflexão da letra inicial. Como estávamos na primeira semana de aula, resolvi arriscar, pois não sabia qual seria o resultado.  Comecei a perguntar a letra inicial de cada bicho. Quase todos  os alunos acertaram os nomes das letras. Percebi que poderia ir em frente.

A sensação mesmo foi o caracol! Todos gostaram muito dele, foi o preferido numa votação.  As crianças o desenharam e ordenaram as letras para formar seu nome, mas antes, fizemos oralmente a reflexão de como essa palavra é escrita. Analisando os sons que saem da nossa boca ao emitir a palavra.

Continua...

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Mudanças à vista!

Na sala do primeiro ano há muitos livros! Normalmente eles ficam numa estante do tipo sapateira que não comporta uma quantidade muito grande, mas gosto porque  eles ficam de frente e chamam a atenção das crianças.

Este ano resolvi inovar um pouco: menos livros, mais qualidade e mais participação!  No início das aulas deixei a estante vazia. Foi de propósito. Desejo que esse espaço seja incorporado pelas crianças e não seja algo “da professora”.   

Coloquei uma pequena estante com caixas plásticas com diversos livros. Quinzenalmente os alunos terão a oportunidade de renovar o acervo. Depois que Maria Luiza perguntou o motivo da estante vazia, expliquei que aquele espaço era também deles e que deveriam opinar sobre quais materiais deveriam estar ali.   Coloquei as caixas no chão e cada aluno escolheu o livro que deveria ir para a estante.  Durante as próximas duas semanas, as crianças terão horários para  consultar os livros, falar sobre eles e até levá-los para casa nos empréstimos. Sendo assim, nesses quinze dias o acervo poderá ser explorado por todos. Penso que é importante ter momentos determinados pelo professor para o uso dos livros. Caso contrário, nem todas as crianças conseguem aproveitar o canto da leitura. Além disso, com o horário já determinado é possível refletir, no planejamento, o uso deste espaço. Também acredito na flexibilidade. É possível usá-lo em momentos impensados, quando algumas crianças terminam as tarefas antes das outras, como comumente é feito,  mas certamente ele pode ser melhor aproveitado. É fundamental que os alunos possam, em algum momento, ter a liberdade de escolher o que desejam ler ou explorar. Isso certamente permitirá que as crianças comecem a julgar os materiais que escolhem e que conversem de forma natural sobre suas escolhas, inclusive sugerindo livros aos seus colegas.

Começamos com os livros que já fazem parte do acervo da sala de aula. Um trabalho muito importante  será o de conscientização sobre a utilização correta e o cuidado com nossos livros. Após a primeira experiência incluirei os livros do acervo Trilhas e Pnaic.

Diante dos livros escolhidos, também poderei dinamizar atividades a partir de algum livro que favoreça o desenvolvimento do  meu planejamento.  Alguns desses livros temos quantidade suficiente para que cada um esteja com um exemplar. Dessa forma, é possível que cada aluno leve o livro para a mesa e acompanhe uma leitura, por exemplo.

Como início da experiência posso afirmar que as crianças gostaram de mexer nas caixas, apesar de um pouco de inibição, falta de pertencimento! Mas isso logo, logo vai acabar... Hum... Alguém escolheu Festa no céu!!!!


Até mais!











segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Trabalhando com nomes próprios

A turma do primeiro ano da escola de Educação Integral Padre Quinha é sempre formada por alunos provenientes da Creche Arco-Íris, dos alunos do 3° período da nossa própria escola e de outras creches de Itaipava. 

A relação das crianças com suas creches ou escolas é sempre muito intensa e as crianças mantém um elo muito forte com essas instituições. Isso significa que são estabelecimentos muito agradáveis e que procuram valorizar ao máximo as crianças que ali frequentam.  Além disso, as crianças que moram no Vale do Cuiabá frequentam o Centro Educacional Santa Terezinha e conhecem bastante a nossa escola.

Minha função inicial, como professora do 1° ano é a de adaptá-las ao novo ambiente, além de estabelecer uma integração entre todas as crianças, formando assim um novo grupo. As crianças que já são da escola recebem muito bem as outras e dessa forma logo se cria uma atmosfera muito boa.


No primeiro dia de aula, após as apresentações de praxe, sentamos em roda e fomos conversar um pouco... Perguntei para as crianças o porquê de tantas crianças terem se juntado aqui neste grupo.  Muito seguros, as respostas foram muito interessantes:

“Nós mudamos de ano e não podemos mais ficar na creche.” Francisco
“Deixa eu explicar melhor: A idade da gente não era mais pra lá. Nossa mãe “botou” a gente aqui porque é uma boa escola.” Gabriel
“Botou não, colocou, né?” Felipe
“E o que nós vamos fazer aqui nesta sala, nesta turma?” Ana
“Nós vamos aprender a ler e escrever.” (Larissa)
“Desenhar.” Maria Luisa
“Cortar” Luis Felipe
“Ouvir e ler histórias. “ Leonardo
“Arrumar as mochilas, deixar a sala limpa e arrumada. Organizar coisas como um passeio ou uma festa. A gente pode ir “no” Bramil pra comprar alguma coisa.” Leonardo

Como muitas crianças vieram da creche, propus conhecer mais a escola e as pessoas que trabalham aqui. Fomos até a sala da Educação Infantil e conhecemos as crianças e a professora Carla. Depois fomos ao refeitório. Maria Helena conversou com as crianças sobre  a merenda. Na saída, encontramos a Madalena que nos mostrou os banheiros e conversou com eles sobre a limpeza dos mesmos. Conhecemos as outras salas de aulas e as professoras. Fomos até o auditório onde o Ariel estava dando aula de teatro. Ao descermos, encontramos o Silvio que conversou sobre a manutenção do jardim e sobre os cuidados com as plantas. Fomos para a casa de leitura. Expliquei a função da Carol que é auxiliar na Casa de leitura e Cida conversou com o grupo sobre a limpeza da escola.  

A formação de um novo grupo possibilita a continuidade do trabalho com os nomes próprios. Como primeira atividade, cada criança falou o nome e contou um pouco sobre a escola de onde veio. Os alunos que já eram nossos contaram também um pouco sobre a nossa escola. Essa é uma oportunidade para que cada um relembre fatos interessantes e sinta-se seguro para se expressar já que estariam falando de algo que lhe é bem familiar.

Fizemos um jogo de adivinhas. Utilizei fichas com os nomes. Mostrando apenas a letra inicial ou final, as crianças tinham que descobrir através de hipóteses, o nome escondido. Essa atividade é bastante interessante, pois aguça o pensamento a partir de várias possibilidades. Por exemplo: começa com M... Os alunos refletem sobre as possíveis respostas... Maria Luiza, Maria Cecília, Melissa... Assim vamos dando novas dicas, como a segunda letra, a penúltima, até que se acerte. É interessante que o professor não facilite. De acordo com o exemplo acima, mostrei a última letra, pois dessa forma ainda teríamos três possibilidades de respostas e continuamos tendo necessidades de buscar novas dicas. O professor pode ir perguntando... Se for Maria, qual será a segunda letra? E se for Melissa? Mesmo no primeiro ano, esta atividade foi desafiadora, pois o grupo é novo e a incorporação de novos nomes à turma gerou situações para pensar.


Com estas fichas fizemos listas de crianças vindas da creche Arco-íris, creche Piuí e Escola Padre Quinha. Os alunos leram as listas e identificaram nomes. Esta atividade se tornou uma atividade feita em folha, onde escrevemos os nomes nas “caixas” apropriadas. Também contamos a quantidade de crianças.







 Entreguei uma foto do rosto para que as crianças criassem um corpo com moldes. Nessa atividade fui observando quais os alunos que possuem boa coordenação motora para traçar, recortar e colar. Cada um fez seu trabalho que coletivamente, transformou-se num belo painel de crianças. 

Em outra oportunidade, cada um sorteou o nome de um amigo. Após o sorteio precisava pensar e identificar o nome sorteado. Quando conseguia, colava na camisa do amigo no painel. Aproveitei esse sorteio para trabalhar com letra inicial e letra final. Dessa forma, é possível trabalharmos de forma significativa com as letras do alfabeto.  








Depois que todas as crianças estavam integradas, cada um fez o seu próprio desenho e com eles construímos um gráfico intitulado De onde viemos? Através desse gráfico, tivemos a oportunidade de fazermos contagens: Quantos vieram da creche Arco-ìris? Quantos já eram da escola? Quantos vieram de outras creches? Quantos alunos nossa turma possui? Quantos são meninos? Quantas são meninas? Vamos formas esses conjuntos no pátio?


Essas são atividades bem simples, porém gosto muito delas por um simples motivo: funcionam! Os alunos colocam em jogo seus conhecimentos e é possível diversificar e fazer desdobramentos. Em breve, mais atividades utilizando os nomes das crianças. E você, sabe alguma? 

Um abraço, 
Ana Antunes