sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Sylvia Orthof: Que sorte!

Agora você vai conhecer um pouco do projeto que realizei em 2014. Foram muitas experiências. Infelizmente não tive tempo de relatar enquanto acontecia. Certamente o texto seria mais rico, mais detalhado. Posso afirmar que foi muito lindo. Hoje, gosto muito mais de Sylvia Orthof do que antes. Quando adolescente, xiiiii.... Tem tempo... Assisti a uma palestra da escritora e me encantei. Nunca mais me esqueci de suas risadas de tão gostosas! Se antes eu nutria uma paixão solitária, depois do projeto,  vinte e três corações apaixonados se juntaram a mim!




O projeto Ler é um espetáculo, culminou em julho de 2014, na exposição: Sylvia Orthof: Que sorte! Quero mostrar um pouco desse trabalho para vocês, mas preciso contar um pouco como foi. Espero que gostem!


A escritora que eu escolhi para trabalhar com meus alunos em 2014 foi a querida Sylvia Orthof!  Durante a escolha fiquei um pouco apreensiva. Algumas pessoas me perguntaram se eu não tinha gostado da escolha. Eu expliquei que, pelo contrário,  tinha gostado muitíssimo! A questão é que eu tinha apenas 4 livros de Sylvia Orthof,,, E, como eu me conheço bem.... Rsrsrs... Sabia que eu não me contentaria apenas com esses. Afinal, como trabalhar com Sylvia Orthof durante um ano inteiro com apenas quatro livrinhos? Bem, depois de um tempo... Com boas compras no sebo, nas livrarias e ganhando alguns de presente... Eis meu acervo!



Minha primeira investida foi levar para a sala o livro “Ovos Nevados”, da Editora Formato. Resolvi começar por ele para impactar logo as crianças com o estilo e a irreverência de Sylvia. O livro conta a história de uma princesa muito gorda que adora comer ovos nevados! No final, a princesa explode! O livro também faz inferências e critica a autoridade. De cara, as crianças levaram um susto: uma princesa muito gorda? Foi ótimo para pensarmos sobre estereótipos. Todos nós somos iguais? Como eu sou?

As crianças refletiram sobre suas características físicas e depois sobre as características psicológicas. Uma criança desenhou a outra e elas gostaram de falar sobre si mesmas.



Começamos a imaginar como seria a Sylvia Orthof. Até então eles não sabiam que ela já havia falecido. Eles fizeram registro através de desenhos. Trabalhamos a escrita e a leitura de palavras, como: baixa, alta, magra, alegre, divertida, entre outras.


Perguntei o que eles desejavam saber sobre a escritora e fizeram várias perguntas, as quais se transformaram no “índice” do projeto.  Eles estavam tão empolgados que estávamos até com medo de jogar um “balde de água fria” neles, pois teríamos de dizer que Sylvia já falecera anos atrás. Lília teve a ideia de enviar a turma uma carta e contá-los um pouco dessa história. Lília conhecera Sylvia Orthof através de uma amiga em comum: a proprietária da extinta livraria Bump, aqui em Petrópolis. Ela tivera alguns encontros com a escritora e lembra com muito carinho desses momentos.

Por conta das perguntas que fizeram sobre a vida pessoal de Sylvia, pensamos em como tratar do assunto e trazer as informações de uma forma legal e menos tradicional. Sylvia era formada em teatro. Então, resolvemos usar um pouco desse recurso. Lília possui uma máscara, cuja cabeleira lembrava Sylvia. Por que não trazê-la até nós? Um dia, tivemos um belo “encontro” com Sylvia Orthof. As crianças perguntaram o que desejavam saber e conheceram outros detalhes da vida da escritora. Lília ficou bastante emocionada durante a atividade. E depois desse encontro, viram fotos e imagens de Sylvia Orthof.







cartão criado por Sylvia Orthof

Eu lá no cantinho... Escrevendo as informações dadas por "Sylvia"


Comecei a ler de forma capitulada o livro “Livro aberto- Confissões de uma inventadeira de palco e escrita”, Atual Editora. O livro conta muitos momentos da vida de Sylvia Orthof desde o nascimento. Os alunos adoraram saber que a escola onde estudou fora palácio de Princesa Isabel. Ela gostava muito de ir ao banheiro para sentir-se uma verdadeira princesa, pois o banheiro era digno da realeza! E, com isso, os alunos foram aprendendo muito sobre a vida da escritora e sabiam contar com muita maestria.

Sylvia Orthof Gostkorzewicz! De onde veio esse sobrenome? Pais austríacos! Cada um tem nome e sobrenome e por isso, cada um pesquisou sobre seu nome: Quem escolheu? O que significa? Qual o sobrenome? Como escrever esse nome? Quem faz parte da minha família?





Uma encomenda para nós? O que será? Cada um levantou sua hipótese!



Oba!!!! Mais livros, leitura garantida!




O livro "Se as coisas fossem mães", da Editora Nova Fronteira, rendeu muitas atividades...





Apresentação da música "Se as coisas fossem mães"
Sylvia morou durante muito tempo em Petrópolis. Nós amamos o lugar onde moramos. Em seu livro Zoiudo- O monstrinho que bebia colírio, da Editora Nova Fronteira, Sylvia conta um pouco sobre sua vida por aqui, sobre sua casa e sobre a cidade. Após essas leituras, feitas em capítulos, os alunos pesquisaram o seu endereço, seus familiares e um pouco mais sobre a história do bairro onde moram. Cada um produziu sua própria casa para a montagem do painel.









Ao pensarmos e refletirmos sobre a morte, vimos como o tempo passa e chegamos a conclusão de que o que importa é a vida bem vivida! Sylvia deixou um grande legado. Para nós, ficou imortalizada em seus livros e trabalhos. O que relatei aqui, até agora, foi muito pouco perto de tudo o que vivemos e aprendemos. Depois de alguns livros lidos, Gabriel  não podia ver a chegada de um novo livro que já dizia: “Lá vem mais uma história maluquinha!” Não me lembro bem em qual dos livros havia a palavra “bunda”! As crianças, lógico, morreram de rir. Eu disse: “Olha o que a Sylvia me faz fazer!” Maria Luiza vai logo dizendo: “Ué, tem que ler o que está escrito porque você não pode mudar a “leitura!. E professora não pode mentir, certo? É Sylvia Orthof, ué!" Hum... Já conhecem bem o estilo!



Um dia a sala amanheceu com diversos "fios"  coloridos! Thierry disse que lembrava a Sylvia Orthof.  Acertou! Era a preparação para a leitura de "A gema do ovo da Ema", Editora FTD. 

" Existe um lugar onde os fios estão tecidos e embaraçados. São fios coloridos, parecem um arco-íris.

Resolvi dar uma puxadinha num fio verde, cor de sapo. Será que este fio tem histórias verdes? Vou puxar...

Epa, credo! Surgiu um sapão verdão, gozador e pulador. E ele exclamou, abrindo uma boca enorme: 

__Hoje não tem história verde, porque é feriado... Quac! Quac! Crec! Crec! Hoje é feriado sapal, e não me leve a mal! Até logo! Tchau!"

A gema do ovo da Ema foi um dos livros que os alunos mais amaram! "Será que o "coronel" virá aqui na sala hoje? 

Momentos incríveis e maravilhosos!

Mais fotos da nossa exposição (julho/2014):






As crianças observaram fotos de quando eram bem pequenas e se imaginaram no futuro: bebê, criança, adulto

Adicionar legenda

Amarelinha: As crianças brincaram e leram para os pais algumas informações sobre a vida de Sylvia Orthof






Agradeço muitíssimo a Lília Albuquerque pela grande parceria no primeiro semestre!

No segundo semestre de 2014, começamos a trabalhar mais com os textos dos livros: lendo, reescrevendo e revisando. Esse trabalho culminou na escrita de uma coletânea de histórias reescritas. Foi um sucesso, mas isso já é uma outra história, um outro capítulo!

Até breve,
Ana Antunes

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Jogo: Cubra a diferença

Procurando no  caderno de jogos do Pnaic por um jogo de subtração  para utilizar com meus alunos, encontrei  o “Cubra a diferença”.  Quando  li sobre ele fiquei um pouco receosa, pois o mesmo me parecia bem simples. Entretanto, eu tinha algumas crianças na turma que estavam com dificuldades para subtrair e resolvi  produzi-lo e utilizá-lo. O jogo “caiu como uma luva”, pois acertou em cheio na dificuldade dos alunos. O problema era que os alunos somavam em vez de subtrair. Mesmo que a operação fosse de “menos”, um grupo sempre somava!

No jogo, cada criança fica com uma cartela numerada  de 0 a 5 e cinco cartões. Para jogar,  usa-se dois dados.  Ao lançar os dados, a criança deve fazer o cálculo da subtração.  Aí é que vem a maravilha, pois o aluno precisa subtrair, porque se somar não encontrará a resposta na cartela. Também tem outra coisa bacana: ao lançar os dados, a criança precisará ver qual é o número maior para subtrair do menor.  Sendo assim, se lançar os dados e sair 6 e 2, caso some, dará 8 e não tem oito na cartela! Portanto, há algo de errado! Ao subtrair encontrará o 4 como resposta. Então, pega um cartão  e cobre o resultado 4. Vence quem cobrir todos os números da cartela.


Depois de jogarmos, fizemos diversas reflexões sobre as possibilidades de resultados.  Em quais possibilidades  podemos obter  o número 3? 4-1, 5-2, 6-3. Vimos que o 5 é o número mais difícil, pois possui apenas uma possibilidade nos dados, o 6-1.  Após essas reflexões, que podem ser feitas oralmente ou por escrito, os alunos registram o jogo através de desenho e explicam por escrito como se joga. 




Um abraço,
Ana Antunes

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

A música clássica e Paul Klee

Depois de receber novos arranjos, a música "Alemande da Suite XIV", de Georg Haendel, recebeu o nome de "A carruagem do Rei". Os alunos gostavam muito de ouvi-la  durante as rodas de conversas da manhã. 

De vez em quando eu pedia que eles fechassem os olhos e se imaginassem como príncipes e princesas vivendo em uma época de lindos castelos. Eles a-do-ra-vam fazer isso! Depois contavam como eram suas roupas e castelos. 

Certo dia, levei para a sala de aula, a imagem de uma tela do pintor Paul Klee: "Castelo e sol". Eles analisaram a imagem. Perguntei se a imagem era parecida com os castelos imaginados. Pedro afirmou que o castelo de Paul Klee era formado por figuras geométricas que eles já conheciam.
Castelo e Sol Paul Klee

Que tal criar seu próprio castelo utilizando algumas figuras geométricas conhecidas, assim como Paul Klee? Todos quiseram participar e ficaram animados com o trabalho. O resultado ficou exposto em nossa sala de aula, após conhecermos um pouco mais sobre a vida e a obra do artista.

 





 Essas atividades também deram início a escolha de um autor de literatura infantil para conhecermos durante o ano de 2014. 

Será que há algum escritor ou escritora que também gosta de castelos, princesas, fadas, reis, príncipes e bruxas? Será que há algum escritor ou escritora que faz das suas histórias um verdadeiro "mundo da fantasia" ou, como nós, que misturamos a realidade com a fantasia?

As crianças afirmaram que provavelmente deveria existir um escritor ou uma escritora com essas características. 

Eu disse para eles que eu conhecia uma..... Eles quiseram saber quem era, mas eu preferi deixar a surpresa para outro dia e... Trazer um livro!






domingo, 25 de janeiro de 2015

Ao som da música clássica

No início do ano passado e queria fazer algo bem diferente no início da aula. Gosto muito das rodas de conversas e sei que elas são imprescindíveis para trocarmos ideias sobre vários assuntos, mas eu queria algo mais. Então, comecei a fazer exercícios de respiração e colocar música clássica para os alunos. 

Utilizei o CD Clássicos para crianças, organizado pelo maestro Edgar Poças para a Revista Caras. O CD foi muito bem estruturado e depois acabei descobrindo que há um segundo volume e ainda um outro voltado para bebês.  

Quando comecei com os exercícios corporais, como: mexer a cabeça, piscar os olhos várias vezes, levantar os braços e mexer bastante os dedos foi muito interessante, pois as crianças não estavam acostumadas e ficavam até com um pouco de vergonha. Insisti e continuamos incluindo exercícios de respiração. Todos gostavam de participar. Quando se tornou parte da rotina, eles se acostumaram e a música clássica era fundamental para o relaxamento do grupo. Percebi que era muito mais fácil conversar com todos depois dessa rotina, pois as crianças se mostravam mais atentas. Eles também começaram a perguntar e queriam informações sobre aquela música.... "De quem é essa música sem boca?"

Comecei a perguntar como se sentiam ouvindo aquelas músicas. A maioria das crianças disseram que ficavam mais calmas. Foi então que percebi que podia ampliar mais o uso do CD. Quando voltavam do recreio e entravam na sala de aula a música já estava tocando em volume baixo.  Era muito interessante, pois eu não precisava dizer nada! As crianças iam para seus lugares e, conforme percebiam o som,  iam ficando mais calmas e o barulho ia diminuindo até cessar. Também o utilizava durante a execução de algumas atividades. 

Essa é uma dica que eu queria muito compartilhar com vocês porque normalmente levamos muito tempo para acalmar os alunos e na maioria dos casos, ainda ficamos estressados e usamos da nossa autoridade a fim de conseguirmos o que queremos logo. Eu me senti muito feliz em perceber que dava certo e que eu podia fazer algo diferente em prol dos alunos e de mim mesma. Experimente!

Olha aí que legal as crianças num desses momentos! Eles ficaram com um pouco de vergonha, pois estavam sendo filmados, mas era sempre muito legal! Vou continuar com a proposta em 2015.



Depois de um tempo a música clássica tomou mais espaço. Conhecemos um pouco da vida e da obra de Haendel, Beethoven, Mozart e Bach e realizamos algumas atividades. Descobri que crianças adoram música clássica e a escola precisa oportunizar momentos em que elas possam conhecê-las. 
Quadrinhos sobre a vida de Haendel







Até a próxima!
Ana Antunes