Hoje, a mediação na Casa de
Leitura com a Bruna foi uma belezura! Nós, professoras, saímos muito contentes,
mas os alunos... Hum, esses ficaram com
muitas pulgas atrás da orelha. “Essas professoras querem pegar a gente!”
A mediação começou com uma
chamada: eles ouviriam uma música e cada um teria que dizer o que conseguiu ouvir. A música escolhida foi “Nessun Dorma”, da
ópera “Turandot”. Isso tudo para preparar as crianças a refletirem um pouco
mais sobre o conceito de ópera.
Foi muito interessante! Primeiro
a música que é muito impactante. Alguns riram, mas outros acompanharam com
atenção. Kaique passou o tempo todo “cantando” a música: um espetáculo! Segundo,
que as crianças falaram coisas bem coerentes e conseguiram identificar sons de
vários instrumentos. O primeiro instrumento citado foi o violino. Depois vieram
outros, como: flautas, pianos e até violoncelos. Kauã disse que ouviu um “homem
gritando”. Logo, logo, foi corrigido pelos colegas: “Não, isso é um homem
cantando.” Nathália disse ter ouvido várias pessoas cantando e eles chegaram à
conclusão de que ora muitas pessoas cantavam, ora apenas um homem. A atividade foi muito boa. Falaram sobre
coisas que apenas tinham ouvido, e também de suas impressões.
Em seguida, Bruna disse que
iria mostrar o vídeo da música e eles
teriam que identificar o que falaram. Quando apareceu a primeira imagem, era de
uma ORQUESTRA. Catharina e Erick foram logo dizendo: “Olha aí, isso que é
ópera!” Thifany dispara: “Olha ali as notas musicais.” Ao longo do vídeo, foram
ficando mais felizes, pois identificavam os instrumentos, o coro, o “tal homem”
que cantava. Bruna chamou a atenção para o “homem” que regia o grupo de
cantores e músicos. Eles perceberam o “pauzinho” que ele utilizava. Catharina
disse que aquele “homem” era o
MAESTRO. No final do vídeo, todos
aplaudiram a apresentação e estavam muito interessados.
Bruna mostrou várias imagens
para os alunos em um glossário. Eles relacionaram as imagens ao que viram no
vídeo e, assim, foram conhecendo os nomes das coisas que viram: maestro,
partitura, notas musicais, batuta, coro, músico, instrumentos e ORQUESTRA! No final da aula, estava claro para eles, sem que precisássemos falar, que
ORQUESTRA, como eles vinham se confundindo, não era ópera! Lógico que na ópera
tem orquestra, mas eles estavam pensando que a própria orquestra era ópera. Na
próxima aula, teremos grandes novidades.
Já em sala de aula, voltamos
ao quadro de hipóteses dos alunos sobre “O que é ópera?” Eles foram descartando
todas as que se referiam a palavras que remetiam à ideia de orquestra.
Os comentários foram bem
interessantes:
___ Será que nossas mães nos
enganaram?
___ Vou ter que começar a
pesquisar mais.
___Vou perguntar para o meu
pai, pois ele é bem espertinho.
Foi, para eles, uma sensação
de “balde de água fria”. Na verdade foi uma desconstrução para que nas próximas
mediações, através de suas próprias reflexões, possam compreender a diferença entre orquestra
e ópera. E, enfim, saber o que é uma ópera.
Isso tudo dá um trabalho....
Mas perceber os alunos aprendendo verdadeiramente e de forma ativa, sem
despejar um monte de conceitos neles é uma felicidade para um educador.
No dia seguinte a essa
mediação, houve crianças que quiseram pesquisar o conceito de ópera com seus
pais. Antes, estavam bastante confortáveis em suas hipóteses, pois todos
resolveram trocar de opinião e dizer que ópera era música clássica ou
orquestra.
Com isso, muitas chegaram
com papeizinhos escritos com definições buscadas na internet ou no dicionário,
sem que pedíssemos essa pesquisa. O que mostra a curiosidade das crianças. Isso
é uma maravilha!
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