domingo, 30 de agosto de 2015

A orquestra

Hoje, a mediação na Casa de Leitura com a Bruna foi uma belezura! Nós, professoras, saímos muito contentes, mas os alunos... Hum, esses  ficaram com muitas pulgas atrás da orelha. “Essas professoras querem pegar a gente!”


A mediação começou com uma chamada: eles ouviriam uma música e cada um teria que dizer o que  conseguiu ouvir.  A música escolhida foi “Nessun Dorma”, da ópera “Turandot”. Isso tudo para preparar as crianças a refletirem um pouco mais sobre o conceito de ópera.

Foi muito interessante! Primeiro a música que é muito impactante. Alguns riram, mas outros acompanharam com atenção. Kaique passou o tempo todo “cantando” a música: um espetáculo! Segundo, que as crianças falaram coisas bem coerentes e conseguiram identificar sons de vários instrumentos. O primeiro instrumento citado foi o violino. Depois vieram outros, como: flautas, pianos e até violoncelos. Kauã disse que ouviu um “homem gritando”. Logo, logo, foi corrigido pelos colegas: “Não, isso é um homem cantando.” Nathália disse ter ouvido várias pessoas cantando e eles chegaram à conclusão de que ora muitas pessoas cantavam, ora apenas um homem.  A atividade foi muito boa. Falaram sobre coisas que apenas tinham ouvido, e também de suas impressões.

 

 

Em seguida, Bruna disse que iria mostrar o vídeo  da música e eles teriam que identificar o que falaram. Quando apareceu a primeira imagem, era de uma ORQUESTRA. Catharina e Erick foram logo dizendo: “Olha aí, isso que é ópera!” Thifany dispara: “Olha ali as notas musicais.” Ao longo do vídeo, foram ficando mais felizes, pois identificavam os instrumentos, o coro, o “tal homem” que cantava. Bruna chamou a atenção para o “homem” que regia o grupo de cantores e músicos. Eles perceberam o “pauzinho” que ele utilizava. Catharina disse que  aquele “homem” era o MAESTRO.  No final do vídeo, todos aplaudiram a apresentação e estavam muito interessados.





Bruna mostrou várias imagens para os alunos em um glossário. Eles relacionaram as imagens ao que viram no vídeo e, assim, foram conhecendo os nomes das coisas que viram: maestro, partitura, notas musicais, batuta, coro, músico, instrumentos e ORQUESTRA! No  final da aula, estava claro para eles, sem que precisássemos falar, que ORQUESTRA, como eles vinham se confundindo, não era ópera! Lógico que na ópera tem orquestra, mas eles estavam pensando que a própria orquestra era ópera. Na próxima aula, teremos grandes novidades.







Já em sala de aula, voltamos ao quadro de hipóteses dos alunos sobre “O que é ópera?” Eles foram descartando todas as que se referiam a palavras que remetiam à ideia de orquestra.

Os comentários foram bem interessantes:

___ Será que nossas mães nos enganaram?

___ Vou ter que começar a pesquisar mais.

___Vou perguntar para o meu pai, pois ele é bem espertinho.

Foi, para eles, uma sensação de “balde de água fria”. Na verdade foi uma desconstrução para que nas próximas  mediações, através  de suas próprias reflexões,  possam compreender a diferença entre orquestra e ópera. E, enfim, saber o que é uma ópera.

Isso tudo dá um trabalho.... Mas perceber os alunos aprendendo verdadeiramente e de forma ativa, sem despejar um monte de conceitos neles é uma felicidade para um educador.

No dia seguinte a essa mediação, houve crianças que quiseram pesquisar o conceito de ópera com seus pais. Antes, estavam bastante confortáveis em suas hipóteses, pois todos resolveram trocar de opinião e dizer que ópera era música clássica ou orquestra. 

 Com isso, muitas chegaram com papeizinhos escritos com definições buscadas na internet ou no dicionário, sem que pedíssemos essa pesquisa. O que mostra a curiosidade das crianças. Isso é uma maravilha!

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