domingo, 30 de agosto de 2015

"Sua Alteza a Divinha"

 
A leitura de “Turandot” se aproxima, pois os alunos já conseguirão, na semana que vem, compreender a relação entre ópera e orquestra e construirão o conceito de ópera.

Resolvi trazer uma caixa surpresa bem interessante: Um livro de Angela Lago com uma trama parecida com a de Turandot: “Sua Alteza a Divinha” e também algumas palavras-chave.

 

O livro conta a história de Louva-a-Deus, um homem religioso, que deseja tentar a  sorte, elaborando e respondendo três adivinhas da princesa. Se  acertasse, teria o privilégio de casar-se com a princesa. Caso contrário, forca!
Levei para a sala de aula, alguns chocalhos da Casa de Leitura e os distribuí entre as crianças, após a leitura das palavras. À medida que a palavra-chave fosse dita, os alunos teriam que fazer “barulho”!

Felicidade geral quando "Louva-a-Deus" acerta a última adivinha e casa com a princesa

Foi muito empolgante, pois desde o início da leitura, os alunos a-do-ra-ram a história! Fiquei muito contente, pois essa é a trama chave da parte literária da nossa ópera.

No final, a grande pergunta: “Mas se todas as caixas surpresas se relacionaram com a China, o que essa teria  em comum?”

__ Será que o livro foi feito na China? Pergunta Joaquim.

Reli o nome da Editora: RHJ e o endereço contido no livro. Eles concluíram que não era.

__ Será que a autora é chinesa? Pergunta Camily.

Reli o nome da autora do livro: Angela Lago.

Eles logo disseram que ela não poderia ser chinesa com esse nome.

__ E se essa história for uma lenda contada na China? Reflete Maria Luiza Costa.

__ Hum.... Será?
 

__ Mais um mistério!

A orquestra

Hoje, a mediação na Casa de Leitura com a Bruna foi uma belezura! Nós, professoras, saímos muito contentes, mas os alunos... Hum, esses  ficaram com muitas pulgas atrás da orelha. “Essas professoras querem pegar a gente!”


A mediação começou com uma chamada: eles ouviriam uma música e cada um teria que dizer o que  conseguiu ouvir.  A música escolhida foi “Nessun Dorma”, da ópera “Turandot”. Isso tudo para preparar as crianças a refletirem um pouco mais sobre o conceito de ópera.

Foi muito interessante! Primeiro a música que é muito impactante. Alguns riram, mas outros acompanharam com atenção. Kaique passou o tempo todo “cantando” a música: um espetáculo! Segundo, que as crianças falaram coisas bem coerentes e conseguiram identificar sons de vários instrumentos. O primeiro instrumento citado foi o violino. Depois vieram outros, como: flautas, pianos e até violoncelos. Kauã disse que ouviu um “homem gritando”. Logo, logo, foi corrigido pelos colegas: “Não, isso é um homem cantando.” Nathália disse ter ouvido várias pessoas cantando e eles chegaram à conclusão de que ora muitas pessoas cantavam, ora apenas um homem.  A atividade foi muito boa. Falaram sobre coisas que apenas tinham ouvido, e também de suas impressões.

 

 

Em seguida, Bruna disse que iria mostrar o vídeo  da música e eles teriam que identificar o que falaram. Quando apareceu a primeira imagem, era de uma ORQUESTRA. Catharina e Erick foram logo dizendo: “Olha aí, isso que é ópera!” Thifany dispara: “Olha ali as notas musicais.” Ao longo do vídeo, foram ficando mais felizes, pois identificavam os instrumentos, o coro, o “tal homem” que cantava. Bruna chamou a atenção para o “homem” que regia o grupo de cantores e músicos. Eles perceberam o “pauzinho” que ele utilizava. Catharina disse que  aquele “homem” era o MAESTRO.  No final do vídeo, todos aplaudiram a apresentação e estavam muito interessados.





Bruna mostrou várias imagens para os alunos em um glossário. Eles relacionaram as imagens ao que viram no vídeo e, assim, foram conhecendo os nomes das coisas que viram: maestro, partitura, notas musicais, batuta, coro, músico, instrumentos e ORQUESTRA! No  final da aula, estava claro para eles, sem que precisássemos falar, que ORQUESTRA, como eles vinham se confundindo, não era ópera! Lógico que na ópera tem orquestra, mas eles estavam pensando que a própria orquestra era ópera. Na próxima aula, teremos grandes novidades.







Já em sala de aula, voltamos ao quadro de hipóteses dos alunos sobre “O que é ópera?” Eles foram descartando todas as que se referiam a palavras que remetiam à ideia de orquestra.

Os comentários foram bem interessantes:

___ Será que nossas mães nos enganaram?

___ Vou ter que começar a pesquisar mais.

___Vou perguntar para o meu pai, pois ele é bem espertinho.

Foi, para eles, uma sensação de “balde de água fria”. Na verdade foi uma desconstrução para que nas próximas  mediações, através  de suas próprias reflexões,  possam compreender a diferença entre orquestra e ópera. E, enfim, saber o que é uma ópera.

Isso tudo dá um trabalho.... Mas perceber os alunos aprendendo verdadeiramente e de forma ativa, sem despejar um monte de conceitos neles é uma felicidade para um educador.

No dia seguinte a essa mediação, houve crianças que quiseram pesquisar o conceito de ópera com seus pais. Antes, estavam bastante confortáveis em suas hipóteses, pois todos resolveram trocar de opinião e dizer que ópera era música clássica ou orquestra. 

 Com isso, muitas chegaram com papeizinhos escritos com definições buscadas na internet ou no dicionário, sem que pedíssemos essa pesquisa. O que mostra a curiosidade das crianças. Isso é uma maravilha!

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Mais novidades chinesas!









Um momento muito interessante do nosso dia é a “hora da adivinha”. Como já expliquei em outros momentos, a adivinha abre a porta da sala, a caixa surpresa ou permite que tenhamos uma atividade especial.  Noutro dia, a resposta certa permitiu uma “sessão de cinema”, para assistirem a Kung Fu Panda.

Percebo que os pais também estão envolvidos e gostam de ver as crianças lendo a adivinha na porta da sala e acertando as respostas. É uma interação muito interessante.

Além disso, os alunos sentem-se motivados em escrever as adivinhas em um caderno, cujo objetivo é a criação de uma coletânea. Observo que a atividade tem sido muito importante para a reflexão da ortografia. A regra acaba aparecendo de forma natural. E, em outras situações de escrita, surgem dificuldades já vistas e assim, podemos fazer relações, porque durante os momentos da escrita da coletânea, as crianças ficam muito atentas.








No início da semana, retomamos as informações sobre os pandas (começamos a ler sobre eles na semana anterior), de acordo com o texto informativo que lemos sobre a WWF. Eles lembraram de muitas coisas e ficaram impressionados com o fato desse animal estar em risco de extinção. Depois dessa retomada, lemos outro texto informativo, falando sobre os pandas especificamente: seu habitat, sua alimentação, reprodução e hábitos. Através das informações existentes  neste texto, os alunos conseguiram completar uma ficha para colocar na barriga do animal que construíram com isopor.




Retomamos as informações sobre a utilização de chás nas famílias, obtidas através das pesquisas enviadas para casa. Através dessas informações, elaboramos uma lista de plantas medicinais, tabelas e gráficos.



Durante a semana, os alunos pesquisaram nomes de jogos, pois tínhamos hipóteses de que “ópera” fosse o nome de um jogo. As crianças falaram o nome de muitos. Rafane e Maria Isabel já não acreditam mais nisso. Aliás, a turma inteira já acredita que ópera é música clássica. Todos pedem para falar sobre sua hipótese anterior e explicam como chegaram a novas conclusões. Esse movimento tem ocorrido na escola toda e já estamos planejando novos passos.

As hipóteses dos alunos foram colocadas também em sala de aula e isso permite que os alunos possam consultá-la e também facilita nosso diálogo. Ao conversarmos ou fazermos alguma atividade que descarte o pensamento de alguma criança, fazemos um X para marcar o que já foi refletido por todos.

A leitura da semana foi realizada em partes. O livro utilizado foi “A gatinha siamesa chinesa”, de Amy Tan, ilustrado por Gretchen Schields, da Editora Rocco.  Os alunos mostraram-se muito interessados com a história de “Ságoa da China”. No final, compreenderam uma grande lição de vida.

No final da semana, tivemos uma caixa surpresa. Maria Luiza acertou a adivinha: Duas janelas que se abrem e se fecham sozinhas?

Dentro da caixa, 7 peças geométricas. Maria Isabel disse que devia ser um jogo. Confirmei e disse que se tratava de um quebra-cabeças. Camily disse que deveria ser algum quebra-cabeças da China. Exploramos um pouco as figuras geométricas.

 Dentro da caixa também havia um informativo. Eles ficaram intrigados e foram dizendo que o texto deveria falar sobre o jogo e que deveríamos ler. Eram informações sobre o Tangram. No informativo também havia imagens de algumas coisas que poderíamos fazer com o Tangram. Entreguei peças para as duplas e fizemos um gato. No final do dia, receberam um Tangram e o mesmo informativo para lerem em casa com os pais. Voltaram contentes para casa!









Será que ópera é um tipo de pizza?

Para responder a essa pergunta, levei para a sala de aula três folders de diferentes pizzarias. Aqueles de entrega e que explicam os ingredientes de cada pizza.

 Lemos os nomes das pizzas de cada uma delas e percebemos que havia nomes comuns e nomes diferentes. Por exemplo: CALABRESA continha em todas, mas CATUMARÃO somente em uma delas.

Os alunos conseguiram compreender que há pizzas que são tradicionais e que outras são inventadas pelas próprias pizzarias, como À MODA DA CASA.

Observamos que, nas três estudadas, não havia nenhuma pizza chamada ópera, mas que isso não significa que não poderia ser criada. Assim, combinamos que, ao descobrirmos o que é ópera, criaremos uma pizza com esse nome e a faremos em sala de aula. Todos ficaram eufóricos!


 A mesma coisa aconteceu com Vitor, que disse que ópera deveria ser o nome de um cavalo. Ele pesquisou com seu pai que trabalha com cavalos e verificou que não conhecia nenhum cavalo com esse nome. Outro tratador de cavalos disse conhecer uma égua chamada “La Ópera”. Vimos que era a mesma situação da pizza, mas Vitor compreendeu que não era a ópera que estamos procurando.


Até a próxima!





domingo, 23 de agosto de 2015

Quer tomar um chá?

Na “hora da conversa”, falamos sobre o que gostam de beber no café da manhã ou em outras situações. Isso já foi uma preparação para a caixa surpresa. 

O que é, o que é?
Fui à feira e comprei uma bela. Cheguei em casa e comecei a chorar com ela?


Maria Eduarda acertou a resposta(cebola), e pôde abrir a caixa. Muitas expectativas, para saber o que havia dentro. Eles expressaram suas ideias. Bryan acertou dizendo que havia um livro, mas expliquei-lhes que havia outra coisa. Erick disse que deveria ser uma caixinha com alguma coisa dentro, mas não sabia com o quê.

Aberta a caixa, via-se um livro: “Chá das dez”, de Celso Cisto, Editora Aletria. Ainda havia duas caixinhas de chá de erva doce. “Eu acho que na China deve-se beber muito chá”, afirmou Thifany.


Fiz a leitura do livro. É incrível como os tangolomangos chamam a atenção de qualquer criança. Eles gostam muito. A ideia de ir “sumindo” e ir diminuindo é muito intrigante para eles. Primeiro para descobrir o motivo do sumiço e depois para verificaro quanto sobrou. É sempre uma festa! Dessa vez não foi diferente. “As veias do Celso”, como eu chamo, já depois de tanto ler, é sucesso garantido! No caso deste livro, há também umas delícias para o chá e as crianças adoram saber qual será a próxima delícia para dizerem: “Hum!!!” Será que essas velhinhas vão parar lá na China?

Um pouco de conversa:

__ Nós vamos beber esse chá?

__ Vamos, mas primeiro saberemos um pouco mais sobre ele. Pra que serve a erva doce? Alguém sabe?

__ Deve ser pra alguma dor.

__ Na minha casa, minha mãe faz um chá quando estamos doentes.

__ Vamos levar uma pesquisa para casa para saber quais famílias que utilizam chá?



Como o livro “Chá das dez” trata de dez velhinhas, sempre aproveito para trabalhar com a contagem de 10 em 10. Propus à turma uma contagem oral até 100, mas quando falassem a dezena exata (10, 20,30...), deveriam bater palmas. Uma atividade simples, mas que foi muito bem aceita pela turma. Eles até quiseram repeti-la outras vezes.

Eu tinha planejado ler para a turma a senda sobre a origem do chá, mas na hora “H”, resolvi contá-la, cuidando para ser bem expressiva, usando tom misterioso. Fui explicando que um imperador chinês havia decretado, por conta de inúmeras doenças, que qualquer água que fosse utilizada no reino, deveria ser fervida. E, numa dessas fervuras, algumas folhas caíram no tacho. Fui imediatamente interrompida por Cauã, que disse: “Já sei! Foi assim que surgiu o chá!” Confirmei sua conclusão e, praticamente, não precisei terminar a história. Júlia disse: “Então a origem do chá é chinesa!” e Camily completou: “E se surgiu na China, foi aos pouquinhos passando de um país para o outro, até chegar aqui no Brasil!” Que lindo!


Que beleza! Olha quanta coisa a criança vai concluindo quando há sentido nas atividades que planejamos. E que importância planejar, pois no improviso certamente não aconteceria. E, a partir dessas conclusões, fica claro a necessidade de outras conversas para ampliação do assunto, como o Tratado do Chá e sobre Marco Polo.

Durante a semana, as crianças levaram pesquisas para casa sobre o uso do chá. A primeira, consistia em saber se a família utiliza o chá no cotidiano e com        qual finalidade. A segunda pesquisa consistia em pesquisar os nomes dos chás mais consumidos pela família, para criarmos uma lista dos chás em sala de aula. E a última, tinha o objetivo de saber que tipo de chá a família consome: industrializado, caseiro ou os dois tipos.

Com as informações, tivemos a possibilidade de preencher tabelas e a partir destas, criamos gráficos de barras, o que contempla alguns direitos de aprendizagem de Matemática, do eixo “Tratamento da Informação”.



A “hora do chá” foi uma explosão de alegria! Mesmo as crianças que nunca tomaram chá estavam empolgadas para experimentar. Cada um recebeu o seu sache e preparpu sua bebida. Quase todos gostaram. Thayla ficou interessada e queria saber quanto custava uma caixinha de chá no mercado. Os alunos, cujas famílias não utilizam chá, disseram que iriam pedir seus pais que comprassem. A cada dia os alunos chegam cheios de novidades em casa. Essas atividades que preparam o aluno para a leitura, têm como objetivos:

Incentivar pela curiosidade

Fornecer informações

Demonstrar o caráter lúdico do trabalho







 No Canto de São Francisco (Espaço ambiental), os alunos tiveram a oportunidade de conhecer as mudas de erva doce. Eles ficaram encantados, pois puderam ver de perto a planta. Gustavo nos auxiliou, organizando um canteiro para que as crianças pudessem plantá-las. Agora é só ir aguardando e acompanhando o crescimento. Aproveitamos para conhecer as ervas plantadas no canteiro da farmácia natural. Teremos como objetivo posterior, criar folders sobre algumas ervas medicinais, bem como uma cartilha informativa. 

muda de erva doce

observando o canteiro de plantas que são usadas como remérios
 
canteiro

plantando

nosso canteiro de erva doce


Pausa para um chazinho?