domingo, 11 de janeiro de 2015

O que mudou?



Em maio de 2014, começaram os encontros do Pnaic com foco em Matemática. Estava muito entusiasmada! Logo os cadernos foram disponibilizados na internet e fiquei muito interessada em por a “mão na massa”!
Gosto muito de todos os cadernos, porém o de jogos é uma beleza, pois traz muitas idéias. De cara, como estávamos no início do ano, vi o jogo “O que mudou?”, que consiste apenas em um baralho numerado de 1 a 20. O caderno sugere que o professor organize primeiro as cartas de 1 a 10 e peça que os alunos observem.  Sem que os alunos vejam, ele tira uma das cartas e as crianças precisam identificar qual foi o número retirado.
Pensei em trabalhar o jogo com meus alunos, mas confesso que quase desisti, pois considerei um jogo muito fácil. O que me fez insistir foi que alguns alunos da turma ainda não conseguiam compreender a sequência de 11 a 20. E, também por esse motivo, resolvi trabalhá-lo de forma individual, ou seja, cada criança participaria de uma vez e contaríamos os pontos para dois times. Seria uma forma de verificar o que cada um sabia.
Ao iniciarmos o jogo, pedi que uma criança do primeiro time ficasse de costas para que eu retirasse a carta. Quando solicitei que virasse permiti que refletisse para descobrir o número faltoso.
Posso afirmar que fiquei perplexa, pois a primeira criança não sabia dizer “o que mudou”! Também observei na expressão de algumas crianças que também não saberiam dizer a resposta. Percebi que o que estava acontecendo era que a criança não conseguia pensar em uma estratégia para descobrir a resposta e então ficava se questionando: “Qual está faltando?”
Depois de algumas rodadas, percebi que um grupo de crianças conseguia pensar na resposta e ajudar os outros colegas do grupo. Comecei, então, a perguntar para estes, quais as estratégias utilizadas para conseguir descobrir qual a ficha que foi retirada. Thierry respondeu que contava desde o número 1 e ia conferindo as fichas até achar o número que foi retirado. Pedi que ele explicasse melhor, mostrando as fichas e falando os números. Assim que ele explicou sua estratégia, muitos rostos ficaram iluminados, pois compreenderam como identificar o número através da contagem. Logo o jogo foi sendo dominado pelas crianças, então antes de darem a resposta, tinham que responder perguntas sobre o número, como: É maior ou menor que 10? É formado por um algarismo ou por dois?

Podemos nos equivocar pelo fato do conteúdo ser “fácil”, mas temos que avaliar se é dominado pelos alunos! Nesse caso, o jogo foi ótimo para auxiliar o pensamento dos alunos. A utilização de jogos é sempre bem vinda, mas intervir com boas perguntas, observar atentamente as expressões e o modo pelo qual nossos alunos pensam e levar os outros a refletirem acerca do que está sendo oferecido é fundamental. 


Nenhum comentário:

Postar um comentário