Em maio de 2014, começaram
os encontros do Pnaic com foco em Matemática. Estava muito entusiasmada! Logo
os cadernos foram disponibilizados na internet e fiquei muito interessada em
por a “mão na massa”!
Gosto muito de todos os
cadernos, porém o de jogos é uma beleza, pois traz muitas idéias. De cara, como
estávamos no início do ano, vi o jogo “O que mudou?”, que consiste apenas em um
baralho numerado de 1 a 20. O caderno sugere que o professor organize primeiro
as cartas de 1 a 10 e peça que os alunos observem. Sem que os alunos vejam, ele tira uma das
cartas e as crianças precisam identificar qual foi o número retirado.
Pensei em trabalhar o jogo
com meus alunos, mas confesso que quase desisti, pois considerei um jogo muito
fácil. O que me fez insistir foi que alguns alunos da turma ainda não
conseguiam compreender a sequência de 11 a 20. E, também por esse motivo,
resolvi trabalhá-lo de forma individual, ou seja, cada criança participaria de
uma vez e contaríamos os pontos para dois times. Seria uma forma de verificar o
que cada um sabia.
Ao iniciarmos o jogo, pedi
que uma criança do primeiro time ficasse de costas para que eu retirasse a
carta. Quando solicitei que virasse permiti que refletisse para descobrir o
número faltoso.
Posso afirmar que fiquei
perplexa, pois a primeira criança não sabia dizer “o que mudou”! Também
observei na expressão de algumas crianças que também não saberiam dizer a
resposta. Percebi que o que estava acontecendo era que a criança não conseguia
pensar em uma estratégia para descobrir a resposta e então ficava se
questionando: “Qual está faltando?”
Depois de algumas rodadas,
percebi que um grupo de crianças conseguia pensar na resposta e ajudar os
outros colegas do grupo. Comecei, então, a perguntar para estes, quais as
estratégias utilizadas para conseguir descobrir qual a ficha que foi retirada. Thierry respondeu que contava desde o número 1 e ia conferindo as fichas até achar o
número que foi retirado. Pedi que ele explicasse melhor, mostrando as fichas e
falando os números. Assim que ele explicou sua estratégia, muitos rostos
ficaram iluminados, pois compreenderam como identificar o número através da
contagem. Logo o jogo foi sendo dominado pelas crianças, então antes de darem a
resposta, tinham que responder perguntas sobre o número, como: É maior ou menor
que 10? É formado por um algarismo ou por dois?
Podemos nos equivocar pelo
fato do conteúdo ser “fácil”, mas temos que avaliar se é dominado pelos alunos!
Nesse caso, o jogo foi ótimo para auxiliar o pensamento dos alunos. A
utilização de jogos é sempre bem vinda, mas intervir com boas perguntas,
observar atentamente as expressões e o modo pelo qual nossos alunos pensam e
levar os outros a refletirem acerca do que está sendo oferecido é fundamental.
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