Quando as crianças chegaram
e viram farinha e sal sobre a mesa da professora foram logo perguntando: O que
vamos cozinhar hoje? Foi um ti-ti-ti porque adoram fazer receitas. Quem nunca
experimentou, vale a pena tentar! É um
dia um tanto diferente, mas só por isso
já é especial. Nesse dia eu tinha pensado em fazer coelhos de massa de sal, mas
resolvi negociar primeiro.
Crianças: O que vamos fazer?
Ana: Nada de comer!
Gabriel: De beber?
Ana: Não! Vamos fazer uma
massa de artesanato, tipo argila para fazer modelagem. Mas o que podemos
modelar?
As respostas foram muitas: xícaras,
bules, copos, pratos! Fiquei até um
pouco impressionada porque uma resposta puxava sempre para outra parecida.
Coisa de criança mesmo! Dá até pra fazer
uma tarde de chá usando o livro Chá das dez, um tangolomango muito legal, mas
isso fica pra próxima.
Ana: Bom gente, eu tive uma
ideia do que fazermos com a massa e se quiserem trocar a ideia de vocês pela
minha, tudo bem, eu aceito e concordo. Se não, vocês modelam o que pensaram.
Muitas crianças começaram a
falar de imediato que queriam trocar de ideia!
Larissa: Eu quero! Vou
trocar!
Emanuel: Ué, mas você tem
que contar a sua ideia primeiro. Eu não vou trocar sem antes saber o que é!
Ana: Olha só que legal que o
Emanuel disse. Será que dá certo trocar alguma coisa sem saber o que está
trocando, sem negociar? Vai que vocês não gostem da minha ideia!
Larissa volta atrás: É
mesmo, é melhor saber primeiro.
Ana: Como está chegando a
Páscoa.... Que tal fazermos coelhos??
Todos: Oba!!!!! Eu quero! Eu
quero!
Ana: Às vezes, outras
pessoas têm ideias melhores que as nossas ou mais legais aos nossos olhos. Isso
não significa que tenhamos que ficar com a nossa só porque é nossa. Muitas
vezes reconhecemos como o pensamento do outro é legal e isso não é vergonha
para ninguém, mas refletir antes de trocar, ou não, de ideia é fundamental.
Muitas vezes vamos fazendo
as coisas sem pensar, pela simples tradição. Na época da Páscoa ou de outras
comemorações, a gente se descabela para arranjar tempo para ficar fazendo as
tais “lembrancinhas” para as crianças. Coisas lindas que eu, inclusive, já
cansei de fazer. Pensando honestamente,
na grande maioria das vezes, isso vai tudo para a lixeira. Por que não
deixarmos as crianças fazerem suas próprias “artes”? Eles amam fazer trabalhos manuais e artesanais
e muitas vezes tiramos essa oportunidade deles. Nós, professores, podemos até ajudar dando
dicas, colaborando, mas o gosto e o prazer de fazer deve ser todo deles. Vamos proporcionar momentos como esses pra
nossa criançada, vamos repensar nossa escola!
Ah, a propósito, a receita
da massa de sal é a seguinte:
2 copos de farinha de trigo
1 copo de sal
1 copo de água
Misturar todos os
ingredientes até que desgrudem das mãos. Após as modelagens, as levamos ao
forno por uma hora. Depois de esfriar, pode-se pintar com guache ou outra tinta
qualquer. Também é possível envernizar no final do trabalho.
Até a próxima!
Aaaah... pensei logo em tirar o livro Você Troca da estante - da Eva Furnari - e continuar trocando ideias muitas, recheadas de rimas e outras sonoridades...
ResponderExcluirBjossss
Lica
Hum... também adoro!!! Quase tirei da estante também! Na verdade tirei, mas para empréstimo para outra professora. É que lá na escola estamos fazendo um projeto literário e cada professora escolheu um autor. Eu ia ficar com a Eva, mas deixei com a Carla, minha amigona! Fiquei com a Sylvia Orthof que é outra fofa! Mas o título do post foi inspirado nela: Furnari linda! Adoro!
ResponderExcluirBeijos, Lica! Te enganei, heim?
Ameiiiii...Parabéns!
ResponderExcluirObrigada, Lilian! Tô sentindo falta das fotos da sua sala no face, heim? Vamos animando!
ResponderExcluirBeijos,
Ana
Olha Lica, não fica triste não porque os livros da Sylvia são cheios de rimas e sonoridades também! Em breve falo sobre ela. Como dizem meus alunos: "Lá vem mais uma história maluquinha!"
ResponderExcluirBjs
Ana
Sim, sim, sim...os rizomas são cheios de possibilidades...
ResponderExcluirUmas a gente pega e liga, fia, desfia, vai por ali, enervando por um lado... outras ficam no horizonte dos possíveis.
Mas sempre podemos encontrá-las de novo nesse emaranhado...
E todas as ligações nunca é possível...rsrsrsrs!
Bjos