Adriana, avó do André e nossa querida colaboradora, nos emprestou um livro
sobre Alberto Santos-Dumont: O gênio da ciência de ontem, de hoje e de sempre,
de Carmen L. P. Silveira. É uma edição especial em comemoração ao Centenário do
voo do 14-bis. O livro é destinado ao
público adulto.
Li algumas partes com a turma reunida. Em outras ocasiões, após ler em
casa, eu levava algumas curiosidades
para comentar com o grupo em sala de aula.
No livro há um CD ROM que mostra a casa onde Alberto nasceu, em Minas
Gerais. Atualmente essa casa funciona como Museu Santos-Dumont. O vídeo também
mostra alguns pontos da cidade onde há vários monumentos em homenagem ao
inventor, como uma réplica do 14-bis, por exemplo.
Após o vídeo, as crianças começaram a fazer várias relações a respeito
do que estávamos estudando e eu fui surpreendida em várias ocasiões.
Tácio disse que... “Em nossa cidade também há uma réplica do 14-bis.”
Rhayssa citou que nossa escola também foi renomeada, assim como a cidade
de Santos-Dumont: “Nossa escola, Santo Antônio, passou a se chamar Escola de
Educação Integral Padre Quinha em homenagem ao padre Quinha.” A cidade de
Palmira também trocou de nome em homenagem ao inventor.
Tácio disse que... “Aqui em Petrópolis também tem outra casa de
Santos-Dumont. As duas viraram museus.”
Maria Júlia disse... “Na praça de Petrópolis tem uma estátua de um homem
lendo um livro.”
Lucas Henrique disse... “É D. Pedro II e a casa dele também virou museu.
Perguntei: Por que essas casas viraram museus?
André: “Eles morreram. O museu deixa as coisas deles lá pra gente ver.”
Depois disso, começamos a fazer várias relações entre a Família Imperial
e Alberto Santos-Dumont. O inventor foi morar na França onde a Princesa Isabel
foi viver após a Proclamação da República. Os dois se conheciam e Isabel
adorava presenciar os inventos pessoalmente. Certa vez, lhe enviou uma medalha
de ouro de São Benedito.
Fiquei bem impressionada com essas citações das crianças. Elas estavam
fazendo relações muito interessantes. Durante o meu trabalho, procuro criar condições para fazer
várias relações sobre os assuntos, os temas,
para criar sentido e não ser uma “aula” dada pela professora sobre um
assunto determinado. Penso que as crianças passam a fazer essas relações de forma
natural, pois é assim que a coisa acontece.
Acreditar na capacidade dos nossos alunos é o primeiro passo para repensarmos
nossa prática pedagógica e melhorarmos sempre a nossa atuação. O segundo passo
é avaliarmos constantemente o que fazemos. Olhar para a sua prática, refletir
sobre ela é a melhor forma de transformá-la em algo sempre melhor.
Um abraço,
Ana Antunes.
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