sábado, 8 de junho de 2013

A canastrinha da Emília no Vale do Cuiabá




Assim que soube que o 1° ano está no Projeto Quem procura...Matemática acha!, Emília (Essa mesma que você está pensando, a do Sítio),  tratou logo de escrever uma cartinha para os novos amiguinhos! E ainda fez mais que isso: enviou, emprestada, sua canastrinha para explorarmos e usarmos, com cuidado, seus objetos!

  

 Cada criança levantou sua hipótese a cerca do que havia dentro da caixa: ouro, dinheiro, formas, diamante, brinquedo, livro...


       
Ao abrirmos sua canastrinha encontramos relógio, bolinhas de gude, termômetro, régua, fita métrica, calculadora, dado, dinheirinhos e calendário! Só podia ser coisa mesmo de uma boneca tão esperta! Emília também nos mandou um texto sobre Zilda Arns e a Pastoral da Criança. (Essa ideia, de relacionar o conteúdo matemático em questão à imagem de Zilda Arns é de uma professora muito especial, a Kelly, professora do meu filho Lucas!) E coisa boa tem que andar pra frente, se multiplicar! E foi assim (depois que ela autorizou),  que já chegou à minha sala de aula.  Os alunos aprenderão mais sobre peso, altura, soro caseiro, alimentação e multimistura. Já nesse primeiro momento as crianças gostaram muito e mostraram-se curiosos a respeito da vida dela porque Zilda Arns tinha uma preocupação muito grande com a saúde e o modo de vida das crianças principalmente.









 Através da canastrinha, vamos explorar tudo o que pudermos! Colocaremos, por exemplo, o relógio na sala de aula para aprendermos as horas no seu uso, em função dos nossos horários. Cada material será explorado no seu uso real. E estes também servirão (claro), para a exploração em Língua Portuguesa. Listas, informativos, fichas, textos instrucionais... 




A Matemática está em todos os lugares. Você a vê? No início do projeto as crianças achavam que os números serviam somente para contar. Após algumas explorações já compreendem que os números servem como código, para indicar medida e peso, para contar o tempo e muitas outras coisas. Certamente, ao finalizarmos o projeto, muitos conteúdos matemáticos serão aprendidos, mas algo mais estará incorporado nas crianças: uma nova forma de olhar, uma leitura diferente do mundo que nos cerca. Ver para além dos olhos!

domingo, 12 de maio de 2013

Jogando e aprendendo!


Olá, pessoas!


Hoje vou compartilhar uma experiência com um material muito importante para o primeiro ano: Bingo de letras.

Todos nós sabemos que cada criança tem seu ritmo próprio, mesmo aquelas que vieram de um processo anterior, na Educação Infantil. As experiências vividas no cotidiano, às práticas sociais, o uso da leitura e da escrita pela família fazem total diferença quando os recebemos no primeiro ano.  Sendo assim, muitos já  trazem essas vivências e esses conhecimentos, outros ainda não.  É importante criar, desde o início, possibilidades para que  todas as crianças adquiram tais conhecimentos, o das letras principalmente, o mais rápido possível, pois assim terão condições de interagir no processos de reflexão da linguagem.

É um material fácil de confeccionar e importante lembrar que todas as letras devem ser contempladas. Como será utilizado sempre, deve ser produzido com material resistente e plastificar é o ideal.  Usando o computador ou recortando letras de revistas, pode-se criar um bingo bem bonito que será  motivador para a criançada.

Gosto de trabalhar com o bingo porque é muito dinâmico e o resultado é visível e rápido. A criança gosta do jogo, da brincadeira. É uma forma bem prática de entrar em contato com todas as letras do alfabeto ao mesmo tempo.  É importante diversificar: uma vez o professor sorteia e fala o nome da letra, outra vez o professor sorteia e as crianças dizem o nome da letra e até mesmo  uma criança faz a vez do sorteador.

 Após algum tempo de uso, o professor pode pensar que não necessita mais dele, mas há outra forma de utilizá-lo. No momento do sorteio, ao invés de mostrarmos a letra para que falem o nome, criamos questões, como: ...É a letra do João!  É a letra que está no final de bola. E assim a criança joga pensando fonologicamente.  É interessante observar a capacidade das crianças: quando estão  agrupadas em mesas grandes, além de cuidarem da sua própria cartela, também observam a cartela dos outros: “Olha aí, você tem a letra B!” Outros bingos, como o de nomes, são fontes de muitos conhecimentos.


Como tenho muitas tampinhas de garrafa peço que peguem a quantidade necessária para serem os marcadores. Já é um novo desafio: pensar na quantidade de letras da cartela e buscar tampinhas que correspondam a essa quantidade. A diversão está garantida! Ah, e o melhor, a aprendizagem vem junto!








Um abraço,
Ana

domingo, 5 de maio de 2013

Quem quer vitamina?

Oi, amigos!


Vou compartilhar com vocês uma experiência que foi bem interessante! Durante o trabalho com a parlenda da Vaca Amarela, levei para a criançada um vídeo da Kika: De onde vem o leite?  Esses vídeos  são bem conhecidos e são muito legais. Este, especificamente, mostrava a produção do leite, desde a ordenha até chegar à nossa mesa. 




Lemos um texto informativo sobre a vaca e buscamos as informações mais importantes, no próprio texto, para criarmos a ficha desse animal. Foi interessante, pois essas fichas são cheias de dados.  Como o projeto que estou realizando com eles  tem o objetivo de procurar a Matemática em todos os lugares, acabamos encontramos muita Matemática através da altura, do peso, do tempo de vida desse animal. Nas hipóteses deles, os números serviam apenas para contar... 

Mostrei os numerais que  correspondiam ao peso a altura e ao tempo de vida e perguntei para que serviam? Depois de uma boa conversa eles próprios chegaram a conclusão de que os números também servem para indicar também medida e  peso. Foi uma boa descoberta!


Continuamos a pensar em coisas que poderiam ser fabricadas, feitas com leite. Surgiu uma lista com vários produtos. Novas oportunidades de leitura e escrita.

Num outro dia, levei a receita de uma Vitamina de Banana. Fomos todos para a cozinha da escola para prepará-la...




Na cozinha... Novas reflexões acerca dos numerais presentes na receita: quantidade, medida, proporções... O que aconteceria se não seguíssemos a receita? E se colocássemos açúcar demais? O que cada algarismo estava representando na receita? 

Em sala de aula... Pensamos sobre as características do gênero. Como o texto aparece escrito? A separação dos ingredientes, do modo de fazer. Como já havíamos lido outras receitas anteriormente,  ficou mais fácil, pois já tinham referências. Onde está escrito cada coisa, ajustar o que se fala ao que se lê...

Cada criança, como tarefa de casa, tinha a missão de ler a receita para a mãe e, provavelmente, infernizá-la para fazer! Rsrsrsrs






Que tal uma vitamina de banana? Sirva-se à vontade!






domingo, 21 de abril de 2013

Quem bebeu o xixi da vaca amarela?


VACA AMARELA
FEZ XIXI NA GAMELA
CABRITO MEXEU, MEXEU
QUEM RIR PRIMEIRO
BEBEU O XIXI DELA

Na semana que passou, continuamos a trabalhar com o texto Vaca Amarela, de Sérgio Capparelli. As crianças estão gostando muito e é sempre muito divertido para todos nós. 

Em nossa escola, no Vale do Cuiabá, temos um jardineiro, o Silvio. Todos nós sabemos, inclusive as crianças, que ele é muito prestativo: tudo o que a gente pede ele dá um jeitinho de conseguir. Sendo assim, falei para as crianças, como estamos na zona rural, que eu havia pedido ao Silvio para conseguir um pouco de xixi de vaca, mas que, provavelmente, seria muito difícil de conseguir. Todas as  crianças riram e fizeram vários comentários.

Como já havíamos trabalhado com a primeira parte do texto, a segunda já estava bem mais fácil para ler, adequando o falado ao escrito. Fizemos uma primeira leitura para lembrar o texto anterior e verificar o que mudou. Assim, onde era COCÔ, passou a ser XIXI, PANELA virou GAMELA, FALAR passou a ser RIR e COMEU virou BEBEU.  Novas oportunidades para trabalhar o mesmo texto com variações.   Certamente quando chegarmos à última parte eles terão elementos suficientes para escrever o texto sozinhos!

Pensamos e refletimos sobre as variações: onde apareceram as novas palavras, quais as substituíram, e  o que permaneceu igual.  Isso é bom para que verifiquem a permanência da escrita: VACA será sempre escrita da mesma forma.  Outras questões também foram repensadas: a duplicação das sílabas em cocô e xixi. Mudança apenas de algumas letras para formar palavras diferentes: panela, gamela.

Como foi uma vantagem transgredir a regra na primeira fase, afinal o cocô era de chocolate, muitas crianças quiseram rir. Todo mundo achava graça e ria bastante! O que seria o xixi da vaca?

Após várias rodadas da brincadeira, identificamos a primeira risonha! Monique, minha auxiliar (Que chique!), foi buscar o xixi da vaca, mas pediu ao Silvio que o levasse. Foi ótimo, pois deu mais veracidade a nossa brincadeira. Quando as crianças o viram foi um verdadeiro “Deus nos acuda!”



Lunanda, a risonha, não queria mais experimentar o xixi, mas todos achavam que ela deveria, pois foi a primeira a rir. Ela resolveu experimentar: “Bom!” Todas as outras crianças, mesmo sem saber o que era, queriam beber... Até que o segredo foi revelado: Guaraná natural... Hum, delícia!


Pintando palavras significativas no texto:


Ordenando os versos e lendo:











sábado, 13 de abril de 2013

Contando ovos!



Partindo da ideia de que os alunos do primeiro ano estão no período das operações concretas, é fundamental pensarmos em atividades por meio das quais  as crianças possam colocar a “mão na massa” para realmente aprenderem com sentido.

Tivemos  uma proposta matemática bem interessante. Cada criança recebeu um saquinho com 12 ovos. (confeitos de amendoim). Só isso já deixou o grupo muito motivado!



A proposta de trabalho consistia em várias etapas:

1)Contar quantos ovos receberam. Isso foi difícil para alguns, pois tinham que contar com os ovos dentro do saco.  A contagem, para dar certo, tinha que ser feita na correspondência: para cada ovo, um número. Parece fácil, mas alguns tinham dificuldades, pois contavam um mesmo elemento duas vezes. Demos continuidade quando todos perceberam que haviam recebido a mesma quantidade de ovos. (12)



2)    Observar as cores e perceber que havia quantidade de cores diferentes para cada criança.
3)    Pintar 12 ovos, numa folha, de acordo com as cores recebidas. Isso também gerava uma situação-problema, pois tinham que pensar quais cores já haviam sido pintados e quais cores ainda era necessário pintar. Além disso, conferir o resultado.



4)    Numerar todos os ovos. Novo desafio, pois muitas crianças ainda grafam os numerais de forma espelhada. Tinham que observar na reta numérica colada na mesa para esse fim.

5)    Recortar e colar os ovos em ordem crescente.



Quando todos terminaram fomos para a roda a fim de pensarmos na atividade que realizamos. Fomos, passo a passo, refletindo sobre as dificuldades e competências necessárias ao trabalho. 

Pensamos em vários tipos de ovos. Mostrei uma caixa de ovos de galinha. Discutimos sobre onde se vende ovos. Contamos quantos ovos cabiam na caixa. Viram que era igual à quantidade recebida de ovos de amendoim. Perguntei aos alunos qual o nome dávamos para aquela quantidade. Ninguém sabia. Propus então que perguntassem em casa e também propus uma pesquisa:  Qual a embalagem de ovos que a mãe utiliza em casa?



Na semana seguinte muitas crianças já vieram correndo, dizendo que já sabiam que aquela quantidade era chamada de dúzia. Quem tinha a embalagem usada em casa levou para a escola e aproveitamos para contar a quantidade de ovos possíveis para cada embalagem. Nova questão surgiu: Por que todos não usam sempre a mesma embalagem?






A partir das hipóteses levantadas e das discussões feitas na roda chegamos a duas conclusões:
1)    As famílias possuem número diferente de pessoas. Isso implica diretamente na quantidade de coisas que compramos.
2)    Umas famílias cozinham mais do que outras, e isso também faz diferença ao comprarmos os alimentos.
A conversa foi boa. Muita gente falando como a mãe utiliza os ovos: para fazer bolos, ovo frito, ovo cozido, ovo mexido... Quem gosta e quem não gosta de ovos. Como devem ser conservados. Quem tem galinha em casa. Até de ovo podre se falou! E quanto custa os ovos? Nova pesquisa à vista!
Certamente quem procura... Matemática acha! E se a achamos em tantos lugares e de tantas formas variadas, fica a questão: Por que aprender Matemática na escola é tão difícil?

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Quem comeu o cocô da vaca amarela?




VACA AMARELA 
FEZ COCÔ NA PANELA 
CABRITO MEXEU, MEXEU
QUEM FALAR PRIMEIRO
COMEU O COCÔ DELA.


Sérgio Capparelli, em Boi da cara preta








Propus ao grupo do primeiro ano a brincadeira da Vaca Amarela. Cada criança foi falando como conhecia. Apareceram algumas variações, mas todas elas em torno do cocô da vaca! Li a versão completa de Sérgio Capparelli e propus que brincássemos com a primeira parte. Todos quiseram participar. 



Inusitado foi quando falei que tínhamos o cocô da vaca! Emanuel ficou tão preocupado que nem se deu conta que o cocô era de chocolate! Utilizei o Bis que vem numa embalagem parecida com um copo. Sabe qual? Pois é, foi perfeito! Todas as crianças quiseram ser solidários com os "falantes", ajudando-os a comerem! Enquanto brincavam... Que chato... Decoraram a parlenda!

 Identificando palavras na primeira parte da parlenda:



Ordenando versos da parlenda:

Oportunidade para identificar os versos através de alguma palavra já conhecida, por uma letra ou até mesmo pelo tamanho do verso... 
Oportunidade também para conferir, através do texto original e da própria leitura, se todos os versos estão ordenados corretamente.





Ordenando palavras para formar a parlenda:

Oportunidade para pensar na letra inicial. E quando duas começam com a mesma letra, como PANELA E PRIMEIRO o jeito é pensar na letra que termina ou alguma outra letra que a identifique: "Panela tem L!"


Usando letras móveis...

Organizei trios para a execução desta tarefa. Tive a preocupação de agrupá-los por hipóteses aproximadas de escrita. Durante a atividade fui passando pelos grupos e intervindo. "MA... M com?" Um responde M, outro, ao mesmo tempo, responde A. Fica a questão: Pode ser as duas...  Tem sempre alguém que responde...

Como eles já tinham entrado em contato várias vezes com o texto identificando palavras e lendo com o dedo para ajustar o falado ao escrito, algumas palavras, como QUEM e PRIMEIRO, apesar de mais "difíceis", já sabiam que uma começava com Q e que a outra tinha um R para fazer PRI. Além disso, já tínhamos conversado e analisado fonologicamente o texto. 




Lateralidade

Cantar e brincar: É disso que o povo gosta! 
Transforme momentos "obrigatórios", como a fila, em momentos mais agradáveis e ainda crie   oportunidade de aprendizagem.
É assim que estou trabalhando a lateralidade com as crianças. Como muitos ainda não identificavam direita e esquerda,  vamos cantando, brincando e descobrindo. É só ir cantando e nos momentos de direita e esquerda combinar a parte do corpo que será mostrada para  estas direções:  mãos, pés, cotovelos, cabeça, joelhos e até a língua!

NÓS ANDAMOS IGUAIS!
NÓS ANDAMOS IGUAIS!
DIREITA...
ESQUERDA...







 Registrando...