sábado, 13 de abril de 2013

Contando ovos!



Partindo da ideia de que os alunos do primeiro ano estão no período das operações concretas, é fundamental pensarmos em atividades por meio das quais  as crianças possam colocar a “mão na massa” para realmente aprenderem com sentido.

Tivemos  uma proposta matemática bem interessante. Cada criança recebeu um saquinho com 12 ovos. (confeitos de amendoim). Só isso já deixou o grupo muito motivado!



A proposta de trabalho consistia em várias etapas:

1)Contar quantos ovos receberam. Isso foi difícil para alguns, pois tinham que contar com os ovos dentro do saco.  A contagem, para dar certo, tinha que ser feita na correspondência: para cada ovo, um número. Parece fácil, mas alguns tinham dificuldades, pois contavam um mesmo elemento duas vezes. Demos continuidade quando todos perceberam que haviam recebido a mesma quantidade de ovos. (12)



2)    Observar as cores e perceber que havia quantidade de cores diferentes para cada criança.
3)    Pintar 12 ovos, numa folha, de acordo com as cores recebidas. Isso também gerava uma situação-problema, pois tinham que pensar quais cores já haviam sido pintados e quais cores ainda era necessário pintar. Além disso, conferir o resultado.



4)    Numerar todos os ovos. Novo desafio, pois muitas crianças ainda grafam os numerais de forma espelhada. Tinham que observar na reta numérica colada na mesa para esse fim.

5)    Recortar e colar os ovos em ordem crescente.



Quando todos terminaram fomos para a roda a fim de pensarmos na atividade que realizamos. Fomos, passo a passo, refletindo sobre as dificuldades e competências necessárias ao trabalho. 

Pensamos em vários tipos de ovos. Mostrei uma caixa de ovos de galinha. Discutimos sobre onde se vende ovos. Contamos quantos ovos cabiam na caixa. Viram que era igual à quantidade recebida de ovos de amendoim. Perguntei aos alunos qual o nome dávamos para aquela quantidade. Ninguém sabia. Propus então que perguntassem em casa e também propus uma pesquisa:  Qual a embalagem de ovos que a mãe utiliza em casa?



Na semana seguinte muitas crianças já vieram correndo, dizendo que já sabiam que aquela quantidade era chamada de dúzia. Quem tinha a embalagem usada em casa levou para a escola e aproveitamos para contar a quantidade de ovos possíveis para cada embalagem. Nova questão surgiu: Por que todos não usam sempre a mesma embalagem?






A partir das hipóteses levantadas e das discussões feitas na roda chegamos a duas conclusões:
1)    As famílias possuem número diferente de pessoas. Isso implica diretamente na quantidade de coisas que compramos.
2)    Umas famílias cozinham mais do que outras, e isso também faz diferença ao comprarmos os alimentos.
A conversa foi boa. Muita gente falando como a mãe utiliza os ovos: para fazer bolos, ovo frito, ovo cozido, ovo mexido... Quem gosta e quem não gosta de ovos. Como devem ser conservados. Quem tem galinha em casa. Até de ovo podre se falou! E quanto custa os ovos? Nova pesquisa à vista!
Certamente quem procura... Matemática acha! E se a achamos em tantos lugares e de tantas formas variadas, fica a questão: Por que aprender Matemática na escola é tão difícil?

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Quem comeu o cocô da vaca amarela?




VACA AMARELA 
FEZ COCÔ NA PANELA 
CABRITO MEXEU, MEXEU
QUEM FALAR PRIMEIRO
COMEU O COCÔ DELA.


Sérgio Capparelli, em Boi da cara preta








Propus ao grupo do primeiro ano a brincadeira da Vaca Amarela. Cada criança foi falando como conhecia. Apareceram algumas variações, mas todas elas em torno do cocô da vaca! Li a versão completa de Sérgio Capparelli e propus que brincássemos com a primeira parte. Todos quiseram participar. 



Inusitado foi quando falei que tínhamos o cocô da vaca! Emanuel ficou tão preocupado que nem se deu conta que o cocô era de chocolate! Utilizei o Bis que vem numa embalagem parecida com um copo. Sabe qual? Pois é, foi perfeito! Todas as crianças quiseram ser solidários com os "falantes", ajudando-os a comerem! Enquanto brincavam... Que chato... Decoraram a parlenda!

 Identificando palavras na primeira parte da parlenda:



Ordenando versos da parlenda:

Oportunidade para identificar os versos através de alguma palavra já conhecida, por uma letra ou até mesmo pelo tamanho do verso... 
Oportunidade também para conferir, através do texto original e da própria leitura, se todos os versos estão ordenados corretamente.





Ordenando palavras para formar a parlenda:

Oportunidade para pensar na letra inicial. E quando duas começam com a mesma letra, como PANELA E PRIMEIRO o jeito é pensar na letra que termina ou alguma outra letra que a identifique: "Panela tem L!"


Usando letras móveis...

Organizei trios para a execução desta tarefa. Tive a preocupação de agrupá-los por hipóteses aproximadas de escrita. Durante a atividade fui passando pelos grupos e intervindo. "MA... M com?" Um responde M, outro, ao mesmo tempo, responde A. Fica a questão: Pode ser as duas...  Tem sempre alguém que responde...

Como eles já tinham entrado em contato várias vezes com o texto identificando palavras e lendo com o dedo para ajustar o falado ao escrito, algumas palavras, como QUEM e PRIMEIRO, apesar de mais "difíceis", já sabiam que uma começava com Q e que a outra tinha um R para fazer PRI. Além disso, já tínhamos conversado e analisado fonologicamente o texto. 




Lateralidade

Cantar e brincar: É disso que o povo gosta! 
Transforme momentos "obrigatórios", como a fila, em momentos mais agradáveis e ainda crie   oportunidade de aprendizagem.
É assim que estou trabalhando a lateralidade com as crianças. Como muitos ainda não identificavam direita e esquerda,  vamos cantando, brincando e descobrindo. É só ir cantando e nos momentos de direita e esquerda combinar a parte do corpo que será mostrada para  estas direções:  mãos, pés, cotovelos, cabeça, joelhos e até a língua!

NÓS ANDAMOS IGUAIS!
NÓS ANDAMOS IGUAIS!
DIREITA...
ESQUERDA...







 Registrando...





quinta-feira, 28 de março de 2013

kit Cambaxirra

Este post é para quem gosta de uma história acumulativa! Se não conhece, acredite, vale a pena!!


No ano passado trabalhei com esse gênero com os alunos do primeiro ano. Eles gostaram muito, pois a interação da criança com o texto é imediata! Certamente vale para as outras turmas também! Aproveitando a motivação da criançada criamos um material bem bonito de se ver e gostoso de se usar. 

Lembrando que, por si só, a leitura das histórias já cumprem seu papel social: o próprio deleite dos leitores de fato ou dos ouvintes. Entretanto, é possível, através delas, planejar  situações de aprendizagem bem significativas.








Leia o registro do trabalho em:
http://www.slideshare.net/AnaLuciaAntunes/histrias-acumulativas-registro

Veja mais fotos do material:
https://plus.google.com/photos/108078716655206599526/albums/5802591899773548625?banner=pwa

Conheça tudo sobre esse gênero no blog da Lica:
http://www.oficinasdealfabetizacao.blogspot.com.br/2012/11/historias-cumulativas-e-leitura.html

domingo, 24 de março de 2013

Quem procura... Matemática acha!



 Coelho, sai da toca!

No pátio, desenhem círculos, que serão as tocas.
Cada aluno deverá ficar dentro de uma toca, menos um aluno, que será o pegador. Ele fica no meio das tocas.
Quando a professora disser “Coelho, sai da toca!” todos devem trocar de toca.
O pegador tenta pegar uma toca para ele mesmo. Se ele conseguir, o aluno sem toca passará a ser o pegador.
Ganha a brincadeira quem for o pegador menos vezes.


A leitura, em sala de aula, de textos instrucionais é importante, pois necessita por parte do leitor,  atenção para executar uma tarefa. Nem sempre nossos alunos demonstram essa habilidade facilmente. É no dia a dia que ela se desenvolve através de atividades que necessitam diretamente dessa capacidade.





Dia desses, brincamos de Coelho, sai da toca! Primeiramente, lemos algumas vezes as instruções da brincadeira para que todos pudessem compreender o jogo. Após, fomos ao pátio e começamos a resgatar oralmente o que deveria ser feito. Foi interessante como todos participaram com bastante interação e alegria.





Ao terminar o jogo, as crianças fizeram registros:




Outra coisa bem legal que fizemos foi buscar uma relação entre a brincadeira e um quadro de Kandinsky (Alguns Círculos). Eles observaram que em ambos os casos havia a presença de círculos. A Matemática estava presente na Arte e na brincadeira. Dessa forma, refletimos: Onde mais a Matemática pode estar escondida? A partir desta questão “problema” temos algo para solucionar. Foi daí que surgiu o Projeto: Quem procura... Matemática acha!
Finalmente achamos nossa questão problema, pois ela é o fio condutor do trabalho com Projetos, como diz Hernández:

“Saber encontrar esse problema é possivelmente uma das tarefas mais complexas e que requer maior flexibilidade no momento de trabalhar com Projetos, pois reclama não só termos claros os fundamentos da teoria que os sustenta (globalização, aprendizagem significativa, avaliação formativa, interpretação das interações na sala de aula, caráter aberto do planejamento), mas também possuir um certo hábito de refletir sobre a prática e muito especialmente saber que o Projeto é, em última instância, uma desculpa para que o aluno realize sua própria aprendizagem.”

Um projeto parte sempre de um problema. Se não há problema, por que pesquisá-lo?
A partir de então, cada criança lançou sua hipótese de onde estaria escondida a Matemática:
No calendário, na casa, na escola, na internet, nas máquinas, nos jogos, nos objetos, no céu, na borboleta, no nosso pensamento, na música, nos livros, nas atividades, no elevador, na natureza...

Cada hipótese dessas será explorada. Lógico que há Matemática em tudo isso, mas a intenção é ir além... Buscar a sistematização de alguns outros conteúdos “escondidos”!

Andre, por exemplo, ao falar da presença da Matemática na borboleta, quis dizer que viu uma borboleta que tinha o numeral 88 nas asas. Mas, ao explorarmos mais essa hipótese poderemos encontrar, quem sabe, a simetria, logo, uma  Matemática escondida!

A ideia inicial é essa! A aventura está apenas começando!



Alguns Círculos   Kandinsky

Estamos "de olho"!





Bibliografia:
HERNÁNDEZ, Fernando; VENTURA, Montserrat A organização do currículo por projetos de trabalho. Tradução de Jussara Haubert Rodrigues. 5. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.


domingo, 10 de março de 2013

Recebendo uma visita


      Uma visita inesperada apareceu na turma do primeiro ano no início do mês. Depois de algumas correspondências, a galinha ruiva veio fazer um bolo de fubá com as crianças.  Ela disse ao grupo que é muito importante seguir todos os passos da receita para que o bolo fique bem gostoso! A criançada ajudou a medir, contar e todos quiseram usar a batedeira. 






       
        Todas as crianças, lógico, me reconheceram, mas foi interessante como muitas entraram no mundo do faz-de-conta e começaram a perguntar onde a galinha morava, quantos pintinhos tinha, se poderiam ir até a granja para visitá-la! Foram momentos bem divertidos! Quando voltei para a sala de aula fizeram questão de contar tudo o que havia se passado em minha ausência! 
        Crianças adoram cozinhar! Cozinhar é uma arte e envolve muita matemática. Podemos usar e abusar desse recurso em sala de aula. Existem muitas receitas até que não precisam de fogão. Existem também vários livros, como Dona Benta para crianças, da Editora Globo,  A cozinha da Maria Farinha, de José de Castro, Poemas e comidinhas, de Roseana Murray, Fogãozinho- Culinária infantil em histórias, de Frei Betto e Maria Stella Libanio Christo, e tantos outros...
         Caso conheça algum, deixe um recadinho aqui e aumente nossas possibilidades!

sábado, 9 de março de 2013

Usando textos informativos


          Eu sempre adorei trabalhar com textos informativos com minhas turmas. Mesmo com turmas iniciais, de primeiro ano! Isso é importante, pois demonstramos a eles o comportamento leitor, como ler da esquerda para a direita, as entonações, as pausas que dão sentido, a leitura fluente e a própria leitura interpretativa. De vez em quando, eu peço que acompanhem com o dedo. É interessante observá-los! Alguns param quando você dá uma pausa, outros mais avançados tentam procurar a palavra que está dizendo. Isso já faz parte do processo de aprendizagem da leitura. Já lhes é permitido “ler” o texto.
            De tantas leituras de textos informativos os alunos compreendem as características do gênero e passam a criá-los. No início, nós professores, somos escribas. Criamos textos coletivos, onde todos contribuem oralmente, com ideias.
            Ao longo do processo, os alunos podem criar seus próprios textos gerando material riquíssimo para revisão textual. Todos contribuem, todos aprendem.
            O texto abaixo foi retirado de uma apostila antiga, que não cita a fonte do mesmo. Instiguei a criançada a pensar sobre como a pipoca estoura... Depois de algumas hipóteses, lemos o texto e fizemos novas descobertas.
            Um aluno disse: “Ah, por isso que faz barulho! É a bolha de ar estourando!”

VOCÊ SABE POR QUE O MILHO PARA PIPOCA ESTOURA?

          O MILHO PARA PIPOCA, ALÉM DE SER BEM DURO, GUARDA DENTRO DELE PEQUENAS BOLHAS DE AR.
          QUANDO O MILHO ESQUENTA, ESTE AR SE EXPANDE, PRESSIONANDO FORTEMENTE AS PAREDES RESISTENTES DAS PEQUENAS BOLHAS, ATÉ ELAS SE ROMPEREM, TRANSFORMANDO-SE EM DELICIOSAS PIPOCAS BRANQUINHAS, LEVES E MACIAS.



* Descobri que a autoria do texto é da Ciência Hoje das Crianças.