terça-feira, 3 de novembro de 2015

A “Operação Bu”



A escola toda está usando a mesma metodologia de trabalho para chegarmos ao trabalho com a Ópera. Tenho conversado com as regentes e é muito interessante e especial o entusiasmo de todas elas e das crianças. Sempre alguém vem feliz e entusiasmado com algum comentário ou com a descoberta de um aluno.

Geruza, a professora do 5° ano, relatou que seus alunos resolveram descobrir tal mistério que ronda a escola.

Eles resolveram criar a  “Operação Bu”, que consiste em escrever tudo o que estão vivenciando em sala de aula com a regente e com outros professores, como Inglês, Artes e Casa de leitura, para tentar estabelecer relações e chegar a uma lógica entre França e um tal de “Fantasma” que leram no pendrive da professora.

Muito interessante perceber como os alunos estão utilizando a escrita como forma de organização do pensamento. Adorei!!!!!!




segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Girassóis

Na semana, lemos o livro “O pote vazio”, de Demi, da Editora Martins Fontes.
__ E lá vem história chinesa, hein, gente?! Afirma Camily

Para quem não conhece, o livro conta  a história de um menino chinês chamado Ping, que adorava e cultivava muitas flores.

Para herdar o trono do Imperador, este resolve distribuir sementes a todas as crianças do reino e diz: “Quem provar  que fez o melhor possível dentro de um ano, será meu sucessor!”

Ping não consegue cultivar nada com aquela semente. As outras crianças chegam com lindos vasos de flores. Ping ficou envergonhado com seu trabalho, mas ao vir seu vaso, o rei se enche de alegria e encontra seu real sucessor, pois todas as sementes entregues às crianças estavam queimadas, portanto, somente Ping era verdadeiro.

Até o final da leitura, todos achavam que Ping ia conseguir fazer a germinação da planta, mas no final, viram que essa história é uma lição de vida. Conseguiram compreender que a verdade vem acima de tudo. Todos quiseram desenhar alguma parte da história.






Depois, os alunos leram um texto informativo que afirma que o girassol é um símbolo chinês de amizade e camaradagem. A semente sempre serviu de alimento para o povo, inclusive nos tempos mais difíceis.





Eles ainda conheceram a obra de “Ai Weiwei”, artista chinês, que junto a um grupo de artesãos, criaram, em porcelana, milhares de sementes de girassol para uma exposição em Londres.





No Canto de São Francisco, as crianças plantaram sementes de girassóis para observarem o crescimento da planta.  


Lília, coordenadora da escola, presenteou a turma com sementes de girassol para que experimentassem. Todos acharam que o gosto é bem parecido com o amendoim.



Na aula de artes, com a professora Talita, os alunos estão conhecendo um pouco da obra de Vincent Van Gogh. Lá, eles ouviram a história do livro "Érica e os girassóis", de James Mayhew, da Editora Moderna. Ainda fizeram releituras dos quadros.








Em breve, mais novidades!
Ana Antunes


quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Diferentes estratégias

Durante a semana, trabalhamos com situações-problema, cujo tema foi o chá. Eram dois: um do campo aditivo e outro multiplicativo.

As crianças já sabem que precisarão colocar suas estratégias no papel. Já sabem que terão que pensar numa forma para resolver o problema. Antes, os alunos ficavam um pouco perdidos, pois não sabiam como começar. Eu resolvi investir na divulgação e exploração das diferentes estratégias de resolução. Como é que cada um conseguiu alcançar a resposta. No início, é difícil sim, mas com o passar do tempo, cada um compreende que tem um jeito de resolver. E eles sabem que esses jeitos serão compartilhados no grupo. Então, criar soluções diferentes, virou uma motivação.

Primeiro problema:

Numa caixa de chá há 10 saches. Quantos saches há em 5 caixas?

utilizando recurso pictórico e contando de 10 em 10

Utilizando recurso pictórico e contando de 1 em 1

contando de 10 em 10 e utilizando simbologia matemática

 No final,  questionei qual a melhor forma de realizar o problema. Todas as crianças disseram que contando de 10 em 10 era melhor. Eles explicaram que contando de 10 em 10, a possibilidade de erro é muito menor. De 1 em 1, há uma grande possibilidade de errarem na contagem.

Segundo problema:

A professora Ana comprou uma caixa de chá de erva doce com 15 saches. Ela já usou 7 saches. Quantos sobraram?

utilizando recurso pictórico

utilizando simbologia matemática

recurso pictórico e matemático

Esse último caso foi bem interessante. Quando observei a estratégia, não compreendi os palitos desenhados. Resolvi questionar a aluna como havia pensado para realizar o problema. Ela me disse que na mão só tinha 10 dedos, então resolveu colocar 5 palitos para formar os 15. Depois, tirou sete dedos, sobrou 3 e somou com os 5 palitos, totalizando 8. Que maravilha foi ouvir isso!


Ah! O mais interessante: ninguém pergunta se é de mais ou de menos! Isso porque o jeito de resolução é livre. O que vale aqui é o raciocínio! E como se tem raciocínio diferente. É importante permitir!!!

No Caderno de Apresentação de Matemática. há um texto chamado "A criança e a Matemática escolar", de Carlos Roberto Vianna e Emerson Rolkouski, que fala bastante dessa possibilidade de respeitar as formas de pensar das crianças. Vale a pena ler e mais: vale a pena tentar!

Ana Antunes

domingo, 30 de agosto de 2015

"Sua Alteza a Divinha"

 
A leitura de “Turandot” se aproxima, pois os alunos já conseguirão, na semana que vem, compreender a relação entre ópera e orquestra e construirão o conceito de ópera.

Resolvi trazer uma caixa surpresa bem interessante: Um livro de Angela Lago com uma trama parecida com a de Turandot: “Sua Alteza a Divinha” e também algumas palavras-chave.

 

O livro conta a história de Louva-a-Deus, um homem religioso, que deseja tentar a  sorte, elaborando e respondendo três adivinhas da princesa. Se  acertasse, teria o privilégio de casar-se com a princesa. Caso contrário, forca!
Levei para a sala de aula, alguns chocalhos da Casa de Leitura e os distribuí entre as crianças, após a leitura das palavras. À medida que a palavra-chave fosse dita, os alunos teriam que fazer “barulho”!

Felicidade geral quando "Louva-a-Deus" acerta a última adivinha e casa com a princesa

Foi muito empolgante, pois desde o início da leitura, os alunos a-do-ra-ram a história! Fiquei muito contente, pois essa é a trama chave da parte literária da nossa ópera.

No final, a grande pergunta: “Mas se todas as caixas surpresas se relacionaram com a China, o que essa teria  em comum?”

__ Será que o livro foi feito na China? Pergunta Joaquim.

Reli o nome da Editora: RHJ e o endereço contido no livro. Eles concluíram que não era.

__ Será que a autora é chinesa? Pergunta Camily.

Reli o nome da autora do livro: Angela Lago.

Eles logo disseram que ela não poderia ser chinesa com esse nome.

__ E se essa história for uma lenda contada na China? Reflete Maria Luiza Costa.

__ Hum.... Será?
 

__ Mais um mistério!

A orquestra

Hoje, a mediação na Casa de Leitura com a Bruna foi uma belezura! Nós, professoras, saímos muito contentes, mas os alunos... Hum, esses  ficaram com muitas pulgas atrás da orelha. “Essas professoras querem pegar a gente!”


A mediação começou com uma chamada: eles ouviriam uma música e cada um teria que dizer o que  conseguiu ouvir.  A música escolhida foi “Nessun Dorma”, da ópera “Turandot”. Isso tudo para preparar as crianças a refletirem um pouco mais sobre o conceito de ópera.

Foi muito interessante! Primeiro a música que é muito impactante. Alguns riram, mas outros acompanharam com atenção. Kaique passou o tempo todo “cantando” a música: um espetáculo! Segundo, que as crianças falaram coisas bem coerentes e conseguiram identificar sons de vários instrumentos. O primeiro instrumento citado foi o violino. Depois vieram outros, como: flautas, pianos e até violoncelos. Kauã disse que ouviu um “homem gritando”. Logo, logo, foi corrigido pelos colegas: “Não, isso é um homem cantando.” Nathália disse ter ouvido várias pessoas cantando e eles chegaram à conclusão de que ora muitas pessoas cantavam, ora apenas um homem.  A atividade foi muito boa. Falaram sobre coisas que apenas tinham ouvido, e também de suas impressões.

 

 

Em seguida, Bruna disse que iria mostrar o vídeo  da música e eles teriam que identificar o que falaram. Quando apareceu a primeira imagem, era de uma ORQUESTRA. Catharina e Erick foram logo dizendo: “Olha aí, isso que é ópera!” Thifany dispara: “Olha ali as notas musicais.” Ao longo do vídeo, foram ficando mais felizes, pois identificavam os instrumentos, o coro, o “tal homem” que cantava. Bruna chamou a atenção para o “homem” que regia o grupo de cantores e músicos. Eles perceberam o “pauzinho” que ele utilizava. Catharina disse que  aquele “homem” era o MAESTRO.  No final do vídeo, todos aplaudiram a apresentação e estavam muito interessados.





Bruna mostrou várias imagens para os alunos em um glossário. Eles relacionaram as imagens ao que viram no vídeo e, assim, foram conhecendo os nomes das coisas que viram: maestro, partitura, notas musicais, batuta, coro, músico, instrumentos e ORQUESTRA! No  final da aula, estava claro para eles, sem que precisássemos falar, que ORQUESTRA, como eles vinham se confundindo, não era ópera! Lógico que na ópera tem orquestra, mas eles estavam pensando que a própria orquestra era ópera. Na próxima aula, teremos grandes novidades.







Já em sala de aula, voltamos ao quadro de hipóteses dos alunos sobre “O que é ópera?” Eles foram descartando todas as que se referiam a palavras que remetiam à ideia de orquestra.

Os comentários foram bem interessantes:

___ Será que nossas mães nos enganaram?

___ Vou ter que começar a pesquisar mais.

___Vou perguntar para o meu pai, pois ele é bem espertinho.

Foi, para eles, uma sensação de “balde de água fria”. Na verdade foi uma desconstrução para que nas próximas  mediações, através  de suas próprias reflexões,  possam compreender a diferença entre orquestra e ópera. E, enfim, saber o que é uma ópera.

Isso tudo dá um trabalho.... Mas perceber os alunos aprendendo verdadeiramente e de forma ativa, sem despejar um monte de conceitos neles é uma felicidade para um educador.

No dia seguinte a essa mediação, houve crianças que quiseram pesquisar o conceito de ópera com seus pais. Antes, estavam bastante confortáveis em suas hipóteses, pois todos resolveram trocar de opinião e dizer que ópera era música clássica ou orquestra. 

 Com isso, muitas chegaram com papeizinhos escritos com definições buscadas na internet ou no dicionário, sem que pedíssemos essa pesquisa. O que mostra a curiosidade das crianças. Isso é uma maravilha!

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Mais novidades chinesas!









Um momento muito interessante do nosso dia é a “hora da adivinha”. Como já expliquei em outros momentos, a adivinha abre a porta da sala, a caixa surpresa ou permite que tenhamos uma atividade especial.  Noutro dia, a resposta certa permitiu uma “sessão de cinema”, para assistirem a Kung Fu Panda.

Percebo que os pais também estão envolvidos e gostam de ver as crianças lendo a adivinha na porta da sala e acertando as respostas. É uma interação muito interessante.

Além disso, os alunos sentem-se motivados em escrever as adivinhas em um caderno, cujo objetivo é a criação de uma coletânea. Observo que a atividade tem sido muito importante para a reflexão da ortografia. A regra acaba aparecendo de forma natural. E, em outras situações de escrita, surgem dificuldades já vistas e assim, podemos fazer relações, porque durante os momentos da escrita da coletânea, as crianças ficam muito atentas.








No início da semana, retomamos as informações sobre os pandas (começamos a ler sobre eles na semana anterior), de acordo com o texto informativo que lemos sobre a WWF. Eles lembraram de muitas coisas e ficaram impressionados com o fato desse animal estar em risco de extinção. Depois dessa retomada, lemos outro texto informativo, falando sobre os pandas especificamente: seu habitat, sua alimentação, reprodução e hábitos. Através das informações existentes  neste texto, os alunos conseguiram completar uma ficha para colocar na barriga do animal que construíram com isopor.




Retomamos as informações sobre a utilização de chás nas famílias, obtidas através das pesquisas enviadas para casa. Através dessas informações, elaboramos uma lista de plantas medicinais, tabelas e gráficos.



Durante a semana, os alunos pesquisaram nomes de jogos, pois tínhamos hipóteses de que “ópera” fosse o nome de um jogo. As crianças falaram o nome de muitos. Rafane e Maria Isabel já não acreditam mais nisso. Aliás, a turma inteira já acredita que ópera é música clássica. Todos pedem para falar sobre sua hipótese anterior e explicam como chegaram a novas conclusões. Esse movimento tem ocorrido na escola toda e já estamos planejando novos passos.

As hipóteses dos alunos foram colocadas também em sala de aula e isso permite que os alunos possam consultá-la e também facilita nosso diálogo. Ao conversarmos ou fazermos alguma atividade que descarte o pensamento de alguma criança, fazemos um X para marcar o que já foi refletido por todos.

A leitura da semana foi realizada em partes. O livro utilizado foi “A gatinha siamesa chinesa”, de Amy Tan, ilustrado por Gretchen Schields, da Editora Rocco.  Os alunos mostraram-se muito interessados com a história de “Ságoa da China”. No final, compreenderam uma grande lição de vida.

No final da semana, tivemos uma caixa surpresa. Maria Luiza acertou a adivinha: Duas janelas que se abrem e se fecham sozinhas?

Dentro da caixa, 7 peças geométricas. Maria Isabel disse que devia ser um jogo. Confirmei e disse que se tratava de um quebra-cabeças. Camily disse que deveria ser algum quebra-cabeças da China. Exploramos um pouco as figuras geométricas.

 Dentro da caixa também havia um informativo. Eles ficaram intrigados e foram dizendo que o texto deveria falar sobre o jogo e que deveríamos ler. Eram informações sobre o Tangram. No informativo também havia imagens de algumas coisas que poderíamos fazer com o Tangram. Entreguei peças para as duplas e fizemos um gato. No final do dia, receberam um Tangram e o mesmo informativo para lerem em casa com os pais. Voltaram contentes para casa!









Será que ópera é um tipo de pizza?

Para responder a essa pergunta, levei para a sala de aula três folders de diferentes pizzarias. Aqueles de entrega e que explicam os ingredientes de cada pizza.

 Lemos os nomes das pizzas de cada uma delas e percebemos que havia nomes comuns e nomes diferentes. Por exemplo: CALABRESA continha em todas, mas CATUMARÃO somente em uma delas.

Os alunos conseguiram compreender que há pizzas que são tradicionais e que outras são inventadas pelas próprias pizzarias, como À MODA DA CASA.

Observamos que, nas três estudadas, não havia nenhuma pizza chamada ópera, mas que isso não significa que não poderia ser criada. Assim, combinamos que, ao descobrirmos o que é ópera, criaremos uma pizza com esse nome e a faremos em sala de aula. Todos ficaram eufóricos!


 A mesma coisa aconteceu com Vitor, que disse que ópera deveria ser o nome de um cavalo. Ele pesquisou com seu pai que trabalha com cavalos e verificou que não conhecia nenhum cavalo com esse nome. Outro tratador de cavalos disse conhecer uma égua chamada “La Ópera”. Vimos que era a mesma situação da pizza, mas Vitor compreendeu que não era a ópera que estamos procurando.


Até a próxima!