Como citei no post anterior,
enquanto falávamos sobre as festas de aniversários, Leonardo diz que gostaria
de saber mesmo o que é que o caracol
come. Achei muito interessante, pois no
livro, os animais comem o bolo, mas Leonardo sabia que fora do mundo da
fantasia, e isso é muito legal de se discutir com eles, os animais não comem
bolo. Nesse momento, eu disse que seria uma ótima coisa para pesquisarmos e se
quisessem perguntar para os pais em casa também valia!
No dia seguinte, Maria
Luiza, nos trouxe vários caracóis, que segundo ela, eram da horta de seu pai. Todos
ficaram muito curiosos em observar os movimentos, nem tão lentos, dos caracóis.
Ela fez questão de mostrá-los aos colegas. Eles nos acompanharam durante o dia.
De vez em quando alguém ia pra caixa ver como estavam os bichinhos.
Quando perguntei sobre a
pesquisa, todos disseram ter esquecido. Falei então, que é por isso que
anotamos as coisas, para não esquecermos. Como eu não esqueci, levei para todos um texto adaptado do site Wikipédia. Eis
o link: http://pt.wikipedia.org/wiki/Caracol
Através desse texto
informativo, começamos a entender e
conhecer um pouco mais sobre os caracóis. À medida que conheciam, os desenhos
iam ficando cada vez melhores e mais detalhados. Como sabíamos várias características sobre
ele, propus ao grupo que escrevêssemos uma carta aos amigos da Educação
Infantil para contarmos as novidades. Na
roda, discutimos o que seria importante conter na carta. Fui anotando tudo o
que era dito. Ao término, li como havia ficado. Para eles estava bom, mas
levantei a questão de que os assuntos estavam misturados. Alguns concordaram.
Propus que separássemos os assuntos: como eles são, o que comem e onde vivem.
Todos aceitaram e tivemos que classificar as frases escritas. Depois do texto
pronto, foi digitado e ilustrado pelas crianças.
Os alunos receberam uma
tabela com diversas palavras escritas. Eram os alimentos que os caracóis comiam
e deveriam desenhar. As crianças ainda não leem convencionalmente, mas pensam
sobre o que é possível estar escrito. Dessa forma, fui perguntando: Quem pode
me dizer uma coisa que o caracol come? Eles disseram, por exemplo, maçã. Isso! Aí na tabela tem a palavra maçã. Com
que letra começa maçã? E assim, todos tinham elementos para “descobrir” onde a
palavra estava escrita. Neste caso, encontraram três palavras que começavam com
a letra M. Então, precisam buscar um novo elemento para descobrir. A letra
final, melancia tem L, melancia “fala muito” (palavra grande), maçã tem til. Minhoca tem I. E assim vai! Tem sempre uma
criança que levanta uma solução.
Cartas prontas! Pra quem enviar?
Como estou trabalhando com
os nomes próprios, mostrei uma listagem
digitada dos alunos da Educação Infantil.
Cada criança foi escolhendo o amigo mais chegado. Depois da escolha,
precisava ir até a listagem para reconhecer o nome do amigo. Depois de achado,
nós circulávamos para sabermos que aquela criança já havia sido escolhida. Dessa
forma, todas as crianças seriam contempladas com uma cartinha.
Quando se trabalha com nomes
próprios, não significa que devem ser somente os nomes da própria turma. Nomes
dos colegas de outros grupos , das mães, dos pais, dos funcionários da escola. Dessa
forma o desafio aumenta, pois chega uma hora em que os nomes dos colegas de
classe já são tão conhecidos que podem ser escritos até de memória. É nesse
momento que novos desafios precisam ser propostos, como por exemplo, quais
objetos da sala começam com o MA de Maria?
Segundo Carla, professora da
Educação Infantil, as crianças gostaram da carta. Ela propôs uma resposta ao
grupo do primeiro ano. Eles nos enviaram a poesia Borboletas, de Vinícius de
Moraes. Penso que a parceria entre os profissionais da escola é o ponto central
para que as propostas de trabalho aconteçam. Agradeço a professora Carla pela
nossa parceria.
Também exploramos outras
duas poesias: Caracóis, de Denise Rochael e Longe de casa, de Sérgio
Capparelli.
Através dessas duas poesia,
refletimos sobre as palavras CARACOL E CARAMUJO. Nas duas há uma mesma palavra
escondida: CARA. Como se escreve CARA? O que sobra em cada palavra?
Na roda, discutimos como
seria interessante se cada um pudesse levar sua casa nas costas. Vimos os
pontos positivos e negativos. Emanuel disse que seria bom poder pegar o que
quisesse na hora que desejasse, pois com a casa nas costas, tudo estaria ao
alcance das mãos. Larissa disse que não seria nada bom, pois uma casa é muito
pesada e ficaríamos muito cansados em ter que carregar muito peso. Cada um
contou um pouco sobre a sua casa, onde morava. Foi uma boa conversa.
Com papéis coloridos, todas
as crianças fizeram suas próprias casas e contaram para os colegas quantas
pessoas moravam na casa, se tinham animal de estimação...
O livro Superamigos nos proporcionou muitas atividades e explorações. Entretanto, tão importante foi a empolgação das crianças com a história, com o livro. Todos os dias eles pediam que eu a lesse e faziam comentários. Um bom livro nas mão de um professor certamente é um elemento facilitador para desenvolver e estimular o gosto pela leitura, além de ser um disparador da aprendizagem, o que vale muito a pena, afinal, aprender com prazer é muito melhor.
Ana Antunes
Maravilhoso o seu trabalho! Parabéns!!
ResponderExcluir