quarta-feira, 5 de março de 2014

Superamigos Parte 4

Como citei no post anterior, enquanto falávamos sobre as festas de aniversários, Leonardo diz que gostaria de saber mesmo  o que é que o caracol come.  Achei muito interessante, pois no livro, os animais comem o bolo, mas Leonardo sabia que fora do mundo da fantasia, e isso é muito legal de se discutir com eles, os animais não comem bolo. Nesse momento, eu disse que seria uma ótima coisa para pesquisarmos e se quisessem perguntar para os pais em casa também valia!





No dia seguinte, Maria Luiza, nos trouxe vários caracóis, que segundo ela, eram da horta de seu pai. Todos ficaram muito curiosos em observar os movimentos, nem tão lentos, dos caracóis. Ela fez questão de mostrá-los aos colegas. Eles nos acompanharam durante o dia. De vez em quando alguém ia pra caixa ver  como estavam os bichinhos.



Quando perguntei sobre a pesquisa, todos disseram ter esquecido. Falei então, que é por isso que anotamos as coisas, para não esquecermos. Como eu não esqueci, levei para  todos um texto adaptado do site Wikipédia. Eis o link: http://pt.wikipedia.org/wiki/Caracol




Através desse texto informativo, começamos a entender  e conhecer um pouco mais sobre os caracóis. À medida que conheciam, os desenhos iam ficando cada vez melhores e mais detalhados.  Como sabíamos várias características sobre ele, propus ao grupo que escrevêssemos uma carta aos amigos da Educação Infantil para contarmos as novidades.  Na roda, discutimos o que seria importante conter na carta. Fui anotando tudo o que era dito. Ao término, li como havia ficado. Para eles estava bom, mas levantei a questão de que os assuntos estavam misturados. Alguns concordaram. Propus que separássemos os assuntos: como eles são, o que comem e onde vivem. Todos aceitaram e tivemos que classificar as frases escritas. Depois do texto pronto, foi digitado e ilustrado pelas crianças.





O que os caracóis comem?

Os alunos receberam uma tabela com diversas palavras escritas. Eram os alimentos que os caracóis comiam e deveriam desenhar. As crianças ainda não leem convencionalmente, mas pensam sobre o que é possível estar escrito. Dessa forma, fui perguntando: Quem pode me dizer uma coisa que o caracol come? Eles disseram, por exemplo, maçã.  Isso! Aí na tabela tem a palavra maçã. Com que letra começa maçã? E assim, todos tinham elementos para “descobrir” onde a palavra estava escrita. Neste caso, encontraram três palavras que começavam com a letra M. Então, precisam buscar um novo elemento para descobrir. A letra final, melancia tem L, melancia “fala muito” (palavra grande),  maçã tem til. Minhoca tem I. E assim vai! Tem sempre uma criança que levanta uma solução.



Cartas prontas! Pra quem enviar?


 

Como estou trabalhando com os nomes próprios,  mostrei uma listagem digitada dos alunos da Educação Infantil.  Cada criança foi escolhendo o amigo mais chegado. Depois da escolha, precisava ir até a listagem para reconhecer o nome do amigo. Depois de achado, nós circulávamos para sabermos que aquela criança já havia sido escolhida. Dessa forma, todas as crianças seriam contempladas com uma cartinha.  


Quando se trabalha com nomes próprios, não significa que devem ser somente os nomes da própria turma. Nomes dos colegas de outros grupos , das mães, dos pais, dos funcionários da escola. Dessa forma o desafio aumenta, pois chega uma hora em que os nomes dos colegas de classe já são tão conhecidos que podem ser escritos até de memória. É nesse momento que novos desafios precisam ser propostos, como por exemplo, quais objetos da sala começam com o MA de Maria?

Segundo Carla, professora da Educação Infantil, as crianças gostaram da carta. Ela propôs uma resposta ao grupo do primeiro ano. Eles nos enviaram a poesia Borboletas, de Vinícius de Moraes. Penso que a parceria entre os profissionais da escola é o ponto central para que as propostas de trabalho aconteçam. Agradeço a professora Carla pela nossa parceria.


Também exploramos outras duas poesias: Caracóis, de Denise Rochael e Longe de casa, de Sérgio Capparelli.






Através dessas duas poesia, refletimos sobre as palavras CARACOL E CARAMUJO. Nas duas há uma mesma palavra escondida: CARA. Como se escreve CARA? O que sobra em cada palavra?



















Na roda, discutimos como seria interessante se cada um pudesse levar sua casa nas costas. Vimos os pontos positivos e negativos. Emanuel disse que seria bom poder pegar o que quisesse na hora que desejasse, pois com a casa nas costas, tudo estaria ao alcance das mãos. Larissa disse que não seria nada bom, pois uma casa é muito pesada e ficaríamos muito cansados em ter que carregar muito peso. Cada um contou um pouco sobre a sua casa, onde morava. Foi uma boa conversa.

Com papéis coloridos, todas as crianças fizeram suas próprias casas e contaram para os colegas quantas pessoas moravam na casa, se tinham animal de estimação...  


O livro Superamigos nos proporcionou muitas atividades e explorações. Entretanto, tão importante foi a empolgação das crianças com a história, com o livro.  Todos os dias eles pediam que eu a lesse e faziam comentários. Um bom livro nas mão de um professor certamente é um elemento facilitador para desenvolver e estimular o gosto pela leitura, além de ser um disparador da aprendizagem, o que vale muito a pena, afinal, aprender com prazer é muito melhor.

Ana Antunes

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