No dia seguinte, como eu havia previsto as crianças
esqueceram as garrafas. Somente 3 crianças trouxeram. Que bom, pois encontramos um
motivo para escrever um bilhete para as mães.
Ana: Quem trouxe as garrafas
pet?
Somente Gabriel Ferreira,
Emanuel e Larissa.
Ana: O que aconteceu?
Kethlen: A gente esqueceu!
Ana: Levante o braço quem
esqueceu? Vamos contar? 1, 2,3.... 16! Quanta gente! Mas nós vamos precisar
dessas garrafas. Como é que nós vamos fazer para vocês não esquecerem? Tem
algum jeito?
Willian: Eu sei! É só
escrever na caderneta.
Ana: É uma boa ideia! O que
vamos escrever?
Heloísa: “Bota” na caderneta
falando que tem que trazer uma garrafa pet. Tem que “botar” o nome da mãe!
Larissa: Tem que colocar o
nome da garrafa.
Emanuel: Tem que colocar que
é vazia.
Leo: Se não colocar que é
vazia vai pensar que é uma festa.
Ana: Pois é, vocês têm
razão. Vamos ter que explicar tudo direitinho para que a mãe entenda o que nós
precisamos. Tá vendo, quando a gente escreve precisa explicar bem o que quer
dizer para que a pessoa não entenda outra coisa. Não é somente com o desenho
que isso pode acontecer, na escrita também.
Ana: Larissa, você disse que
temos que colocar o nome da garrafa. O que quis dizer?
Larissa fez o tamanho com os
braços e disse: Ela tem que saber se pode ser pequena ou grandona!
Emanuel: É menor para o
maior?
Leonardo: Não! É o tamanho
da garrafa!
Ana: E como chama isso que
nós vamos escreve para as mães?
Gabriel: Bilhete!!!
Heloisa: Carta é grande,
bilhete é pequeno!
Emanuel: Não! Carta
es-cre-ve muito e bilhete es-cre-ve pouco!
Ana: E quem sabe como vamos
escrever o bilhete para a mãe?
Leonardo: Era uma vez...
Todos: Não!!!!
Heloísa: Era uma vez é da
história!
Heloisa: Coloca a data de
hoje.
Ana: Para que serve a data
no bilhete?
Gabriel: Pra mãe saber que o
bilhete é daquele dia.
Ana: E agora?
Gabriel: Mamãe ou o nome
dela. Estou mandando um
bilhete.
Ana: Precisa escrever “Estou
mandando um bilhete...”?
Willian: Não, ela já sabe. A
caderneta leva os bilhetes.
Emanuel: O importante é o de
baixo.
Ana: Como assim?
Emanuel: O que vai escrever depois.
Ana: E o que vem depois?
Melissa: Por favor, preciso
de uma garrafa pet.
Ryan completa: ... para uma
atividade.
Emanuel: Obrigado.
Heloisa: Assinado,
professora Ana
Pedro: É melhor cada um
escrever o seu nome.
Ana: Eu concordo porque cada
um vai escrever o seu. Vou ler o bilhete:
12/03/14
Mamãe,
Por favor, preciso de uma
garrafa pet para uma atividade.
Pedro interrompe: A mãe vai
achar que é de festa.
Emanuel: Tem que escrever
vazia.
Ana: Onde fica a palavra
vazia?
Leonardo: Depois de
atividade.
Ana: Ok! Vou escrever e vou
ler. Mamãe, Por favor, preciso de uma garrafa pet para uma atividade vazia.
Leo: Ih, não. Tem que ser
perto da garrafa pet. Precisamos de uma garrafa pet vazia para uma atividade.
Ana: Mas lembra que a
Larissa falou uma coisa importante. Do jeito que está a mãe ainda pode ter uma
dúvida.
Willian: Escreve que é
maior.
Emanuel: Grande e vazia.
Maria Luiza: É de 2 litros.
Pegamos uma das garrafas e
todos viram que a garrafa grande que tínhamos na sala contém 2 litros.
Maria Luiza: E coloca
obrigada.
Ana: Isso mesmo! As meninas
vão escrever obrigada e os meninos?
Todos: Obrigado.
Heloisa: Cada um vai ter que
colocar o seu nome embaixo de tudo.
Ana: Vamos ler o bilhete?
Como refletimos o tempo todo sobre o texto, todos já sabiam o bilhete de cor.
Assim, fizemos a leitura:
12/03/14
Mamãe,
Por favor, preciso de uma
garrafa pet vazia, de 2 litros, para uma atividade.
Obrigado,
Ana: Cada um deve anotar o
bilhete com letra bem bonita. Sabem por quê?
Melissa: Pra mãe entender e
pra ela gostar, né?
Cada criança trabalhou com
muito empenho. Quando se tem uma motivação para escrever tudo fica mais fácil.
Os bilhetes foram colados
nas cadernetas e todos ficaram muito satisfeitos com o trabalho. Eu mais ainda!
Entretanto, continuaram sem saber qual seria o uso da garrafa!
No dia seguinte, todas as
crianças trouxeram garrafas! Foi ótimo! Na roda, falei sobre a importância do
registro escrito. Mas aproveitei para “cutucar” o grupo.
Ana: Mas, afinal, pra quê
servirá essa garrafa? Todos olharam espantados para mim!
Emanuel: Para uma atividade!
Heloisa: Você não disse!
Ana: Ué, vocês não me
perguntaram! E cadê a curiosidade? Tem que perguntar quando não se sabe. As
mães perguntaram?
Segundo as crianças, algumas
mães perguntaram, mas não sabiam responder.
Emanuel: O que vamos fazer
com a garrafa?
Ana: Agora é suspense!
Todos: Ahhhh!!
Continua....
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