Vou compartilhar um trabalho que realizei em maio. Não postei antes pela falta de tempo. Ah, isso todo mundo entende, né? Principalmente quem é professor! Como foi algo bem significativo para as crianças, resolvi escrever, mesmo atrasado.
Ao longo do tempo, através de muitas experiências e
leituras, fui percebendo e aprendendo que o trabalho com datas comemorativas
não atende às expectativas das crianças neste mundo tão moderno e cheio de
informações. O que as crianças querem e necessitam é inter-relacionar seus
conhecimentos, suas vivências, pesquisar novas fontes e aprender coisas que
realmente façam sentido para elas. A mãe, apesar de constituir-se quase num
tema gerador, é uma fonte de sabedoria e
riqueza quando se trata de buscar sentido no que se aprende. Sendo assim, em
maio, trabalho com vários livros e textos, onde aparecem diversas mães em
contextos variados.
Também é uma boa oportunidade para lermos e
escrevermos diferentes listas com sentido. A primeira delas é a lista dos nomes
das mães. Cada criança, orgulhosamente, diz o nome da sua, mesmo aquelas,
criadas carinhosamente pelas avós ou tias (novo assunto para discussão), não se
sentem incomodadas. Cada menino ou menina tem o prazer de identificar o nome da
sua e acabam conhecendo e identificando os nomes das outras mães.
Parte muito importante do trabalho é o desenho delas.
Cada criança sente a responsabilidade de desenhá-la com muito capricho: muitos
vestidos, lindos penteados e muitos corações são sempre esperados. As crianças
também podem levar fotos para construirmos, juntos, um mural.
Durante este período fazemos muitos recortes de
revistas: um presente, roupas que a mãe gosta, o que a mãe gosta de comer, o
que gosta de fazer. A cada recorte uma escrita de listas e novas oportunidades
para refletirmos sobre o sistema de escrita. “Como é que se escreve CALÇA?” Também
é bem conveniente levarmos listas de palavras para que as crianças leiam e
coloquem em ação suas estratégias.
Aqui fizemos diferenciação entre palavras e frases |
Neste ano, selecionei alguns livros e textos para serem lidos em sala de
aula. Comecei com o livro Macaco Danado. É um livro que conheci através da
minha amiga Lica. Ele conta a história de um macaquinho que perde a sua mãe e a
borboleta tenta ajudar na procura, mas ela não compreende que o filho é
parecido fisicamente com a mãe, afinal seu filhotes, as lagartas, não se
parecem em nada com ela. Desse livro, a própria Lica construiu um material bem
bacana que também construí para trabalhar com meus alunos. Esse material também
foi explorado pelas crianças.
kit idealizado pela Lica
outras fotos do kit:
https://plus.google.com/photos/108078716655206599526/albums/5696074188071008257?banner=pwa |
Tive o prazer, quando adolescente, de conhecer a
Sylvia Orthof! Que pessoa maravilhosa e quanta alegria e energia que contagiava
a todos.
“Se a terra fosse mãe, seria mãe das sementes, pois
mãe é tudo que abraça, acha graça e ama a gente. “
“Se as coisas fossem mães” é um livro que possibilita
muita interação com o leitor. As crianças “pegam o espírito da coisa” e começam
a inferir, descobrir quem seriam os filhos das diferentes mães. É um livro
muito gostoso e também vale um kit que ainda não fiz!
Outro livro que utilizei foi “Mãe”, de Guto Lins!
“Mãe
não é uma, são várias. É tia, avó, madrinha, colo, país, plateia... O que mãe
quer mesmo é só o melhor para os filhos. Nesse livro, conhecemos os detalhes,
as preocupações e as alegrias do universo materno, carinhosamente escritos e
ilustrados por Guto Lins. Mãe faz parte da Coleção Família, uma família de
livros, uma família que encanta e emociona.”
Como já lemos algumas receitas em sala de aula e já
pensando num presente... Levei uma receita. Ao entregar o texto para os alunos
perguntei se sabiam que tipo de texto era aquele. Ana Clara, mesmo ainda sem
ler convencionalmente, disparou: “Isso é uma receita! Tem a palavra
ingredientes e também... modo de fazer!”
Todos concordaram! Eu certifiquei ao grupo que se tratava de uma
receita, mas fiz um trato: se eles me dissessem qual era o título da receita,
faríamos de presente para as mães. Com uma motivação dessas e com crianças na
turma, cujas experiências com a leitura já estão mais avançadas, logo
conseguiram saber que se tratava de um texto instrucional para fazer Biscoitos
Amanteigados. Todos ficaram muito felizes. O trabalho com a receita também foi
muito gratificante.
Depois da receita pronta tínhamos um grande desafio: Quantos biscoitos cada criança deveria ganhar?
Depois da receita pronta tínhamos um grande desafio: Quantos biscoitos cada criança deveria ganhar?
Como proposta, prontamente aceita, cada criança seria
representada por um copo e os biscoitos seriam distribuídos, um a um, até
terminar os biscoitos. Dessa forma, algumas crianças foram convidadas a separar
os biscoitos e as outras serviram de fiscais para ver se o trabalho estava
sendo bem executado. Após a distribuição refletimos sobre essa divisão para
concluirmos que o todo foi dividido em partes iguais. Quanta Matemática! Cada um registrou essa divisão e anotou a receita para a sua mãe.
Mãe é amor! E sendo assim, não podia faltar uma poesia! Cecília Meireles, grande escritora, me emprestou A flor amarela. Essa poesia foi recitada, lida, desenhada, ordenada e entregue para as mães numa grande surpresa em sala de aula.
Mãe é amor! E sendo assim, não podia faltar uma poesia! Cecília Meireles, grande escritora, me emprestou A flor amarela. Essa poesia foi recitada, lida, desenhada, ordenada e entregue para as mães numa grande surpresa em sala de aula.
Nossa Ana, como sempre adoro suas ideias!
ResponderExcluirOi Berlinda!
ResponderExcluirQue bom que você gosta. A ideia aqui é fazer coisas que as crianças gostem e que tenham sentido para elas.
Fico muito feliz pelo seu comentário. Obrigada e volte sempre!
Beijos,
Ana
Linda poesia gosto muito
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