Coelho, sai da toca!
No pátio, desenhem círculos, que serão as tocas.
Cada aluno deverá ficar dentro de uma toca, menos um
aluno, que será o pegador. Ele fica no meio das tocas.
Quando a professora disser “Coelho, sai da toca!”
todos devem trocar de toca.
O pegador tenta pegar uma toca para ele mesmo. Se ele
conseguir, o aluno sem toca passará a ser o pegador.
Ganha a brincadeira quem for o pegador menos vezes.
A leitura, em sala de aula, de textos instrucionais é
importante, pois necessita por parte do leitor,
atenção para executar uma tarefa. Nem sempre nossos alunos demonstram
essa habilidade facilmente. É no dia a dia que ela se desenvolve através de
atividades que necessitam diretamente dessa capacidade.
Dia desses, brincamos de Coelho, sai da toca! Primeiramente,
lemos algumas vezes as instruções da brincadeira para que todos pudessem
compreender o jogo. Após, fomos ao pátio e começamos a resgatar oralmente o que
deveria ser feito. Foi interessante como todos participaram com bastante
interação e alegria.
Ao terminar o jogo, as crianças fizeram registros:
Outra coisa bem legal que fizemos foi buscar uma
relação entre a brincadeira e um quadro de Kandinsky (Alguns Círculos). Eles
observaram que em ambos os casos havia a presença de círculos. A Matemática
estava presente na Arte e na brincadeira. Dessa forma, refletimos: Onde mais a
Matemática pode estar escondida? A partir desta questão “problema” temos algo
para solucionar. Foi daí que surgiu o Projeto: Quem procura... Matemática acha!
Finalmente achamos nossa questão problema, pois ela é
o fio condutor do trabalho com Projetos, como diz Hernández:
“Saber encontrar esse problema é possivelmente uma das
tarefas mais complexas e que requer maior flexibilidade no momento de trabalhar
com Projetos, pois reclama não só termos claros os fundamentos da teoria que os
sustenta (globalização, aprendizagem significativa, avaliação formativa,
interpretação das interações na sala de aula, caráter aberto do planejamento),
mas também possuir um certo hábito de refletir sobre a prática e muito
especialmente saber que o Projeto é, em última instância, uma desculpa para que
o aluno realize sua própria aprendizagem.”
Um projeto parte sempre de um problema. Se não há
problema, por que pesquisá-lo?
A partir de então, cada criança lançou sua hipótese de
onde estaria escondida a Matemática:
No calendário, na casa, na escola, na internet, nas
máquinas, nos jogos, nos objetos, no céu, na borboleta, no nosso pensamento, na
música, nos livros, nas atividades, no elevador, na natureza...
Cada hipótese dessas será explorada. Lógico que há
Matemática em tudo isso, mas a intenção é ir além... Buscar a sistematização de
alguns outros conteúdos “escondidos”!
Andre, por exemplo, ao falar da presença da Matemática
na borboleta, quis dizer que viu uma borboleta que tinha o numeral 88 nas asas.
Mas, ao explorarmos mais essa hipótese poderemos encontrar, quem sabe, a simetria, logo,
uma Matemática escondida!
A ideia inicial é essa! A aventura está apenas começando!
Alguns Círculos Kandinsky
Estamos "de olho"!
Bibliografia:
HERNÁNDEZ, Fernando; VENTURA, Montserrat A organização do currículo por projetos de trabalho. Tradução de Jussara Haubert Rodrigues. 5. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.