A turma do primeiro ano da
escola de Educação Integral Padre Quinha é sempre formada por alunos
provenientes da Creche Arco-Íris, dos alunos do 3° período da nossa própria
escola e de outras creches de Itaipava.
A relação das crianças com
suas creches ou escolas é sempre muito intensa e as crianças mantém um elo
muito forte com essas instituições. Isso significa que são estabelecimentos
muito agradáveis e que procuram valorizar ao máximo as crianças que ali
frequentam. Além disso, as crianças
que moram no Vale do Cuiabá frequentam o Centro Educacional Santa Terezinha e
conhecem bastante a nossa escola.
Minha função inicial, como
professora do 1° ano é a de adaptá-las ao novo ambiente, além de estabelecer uma integração entre todas as crianças, formando assim um novo grupo. As crianças que já
são da escola recebem muito bem as outras e dessa forma logo se cria uma
atmosfera muito boa.
No primeiro dia de aula,
após as apresentações de praxe, sentamos em roda e fomos conversar um pouco...
Perguntei para as crianças o porquê de tantas crianças terem se juntado aqui
neste grupo. Muito seguros, as respostas
foram muito interessantes:
“Nós mudamos de ano e não podemos
mais ficar na creche.” Francisco
“Deixa eu explicar melhor: A
idade da gente não era mais pra lá. Nossa mãe “botou” a gente aqui porque é uma
boa escola.” Gabriel
“Botou não, colocou, né?” Felipe
“E o que nós vamos fazer
aqui nesta sala, nesta turma?” Ana
“Nós vamos aprender a ler e
escrever.” (Larissa)
“Desenhar.” Maria Luisa
“Cortar” Luis Felipe
“Ouvir e ler histórias. “
Leonardo
“Arrumar as mochilas, deixar
a sala limpa e arrumada. Organizar coisas como um passeio ou uma festa. A gente
pode ir “no” Bramil pra comprar alguma coisa.” Leonardo
Como muitas crianças vieram
da creche, propus conhecer mais a escola e as pessoas que trabalham aqui. Fomos
até a sala da Educação Infantil e conhecemos as crianças e a professora Carla.
Depois fomos ao refeitório. Maria Helena conversou com as crianças sobre a merenda. Na saída, encontramos a Madalena
que nos mostrou os banheiros e conversou com eles sobre a limpeza dos mesmos.
Conhecemos as outras salas de aulas e as professoras. Fomos até o auditório
onde o Ariel estava dando aula de teatro. Ao descermos, encontramos o Silvio
que conversou sobre a manutenção do jardim e sobre os cuidados com as plantas.
Fomos para a casa de leitura. Expliquei a função da Carol que é auxiliar na
Casa de leitura e Cida conversou com o grupo sobre a limpeza da escola.
A formação de um novo grupo
possibilita a continuidade do trabalho com os nomes próprios. Como primeira
atividade, cada criança falou o nome e contou um pouco sobre a escola de onde
veio. Os alunos que já eram nossos contaram também um pouco sobre a nossa
escola. Essa é uma oportunidade para que cada um relembre fatos interessantes e
sinta-se seguro para se expressar já que estariam falando de algo que lhe é bem
familiar.
Fizemos
um jogo de adivinhas. Utilizei fichas com os nomes. Mostrando apenas a letra
inicial ou final, as crianças tinham que descobrir através de hipóteses, o nome
escondido. Essa atividade é bastante interessante, pois aguça o pensamento a
partir de várias possibilidades. Por exemplo: começa com M... Os alunos
refletem sobre as possíveis respostas... Maria Luiza, Maria Cecília, Melissa...
Assim vamos dando novas dicas, como a segunda letra, a penúltima, até que se
acerte. É interessante que o professor não facilite. De acordo com o exemplo
acima, mostrei a última letra, pois dessa forma ainda teríamos três
possibilidades de respostas e continuamos tendo necessidades de buscar novas
dicas. O professor pode ir perguntando... Se for Maria, qual será a segunda
letra? E se for Melissa? Mesmo no primeiro ano, esta atividade foi desafiadora,
pois o grupo é novo e a incorporação de novos nomes à turma gerou situações
para pensar.
Com
estas fichas fizemos listas de crianças vindas da creche Arco-íris, creche Piuí
e Escola Padre Quinha. Os alunos leram as listas e identificaram nomes. Esta
atividade se tornou uma atividade feita em folha, onde escrevemos os nomes nas
“caixas” apropriadas. Também contamos a quantidade de crianças.
Entreguei uma foto do rosto para que as
crianças criassem um corpo com moldes. Nessa atividade fui observando quais os
alunos que possuem boa coordenação motora para traçar, recortar e colar. Cada
um fez seu trabalho que coletivamente, transformou-se num belo painel de
crianças.
Em
outra oportunidade, cada um sorteou o nome de um amigo. Após o sorteio
precisava pensar e identificar o nome sorteado. Quando conseguia, colava na
camisa do amigo no painel. Aproveitei esse sorteio para trabalhar com letra
inicial e letra final. Dessa forma, é possível trabalharmos de forma
significativa com as letras do alfabeto.
Depois
que todas as crianças estavam integradas, cada um fez o seu próprio desenho e
com eles construímos um gráfico intitulado De onde viemos? Através desse
gráfico, tivemos a oportunidade de fazermos contagens: Quantos vieram da creche
Arco-ìris? Quantos já eram da escola? Quantos vieram de outras creches? Quantos
alunos nossa turma possui? Quantos são meninos? Quantas são meninas? Vamos
formas esses conjuntos no pátio?
Essas são atividades bem simples, porém gosto muito delas por um simples motivo: funcionam! Os alunos colocam em jogo seus conhecimentos e é possível diversificar e fazer desdobramentos. Em breve, mais atividades utilizando os nomes das crianças. E você, sabe alguma?
Um abraço,
Ana Antunes