Em 2014, com minha turma de primeiro ano, fizemos um estudo sobre a escritora Sylvia Orthof. Eu escrevi um post sobre a primeira etapa aqui no blog, mas acabei não contando como foi a segunda etapa desse trabalho. Foi tão interessante e tão bonito que eu gostaria de compartilhar, mesmo já tendo passado algum tempo.
No segundo semestre os alunos já estavam muito entusiasmados com a leitura de vários livros e conhecendo as características da escritora. Conversamos sobre a maravilha que estava sendo esse encontro com a literatura. Durante a conversa, falamos sobre as histórias e os personagens que tinham gostado e que não se esqueceriam. Então, veio a proposta de reescrevermos algumas dessas histórias (as que mais tinham gostado), em forma de uma coletânea. A ideia foi muito bem aceita por todos e também seria uma forma de escrita de textos com função social e os alunos teriam que revisa-los e estudar a gramática e a ortografia com objetivo concreto.
A escolha dos livros foi feita pelos alunos. Como alguns dos livros foram lidos no início do primeiro semestre, nem sempre lembravam detalhes do enredo, o que não foi um problema: voltávamos ao livro para relembrar partes da história, nomes de alguns personagens e até mesmo para tirarmos dúvidas quando havia alguns impasses levantados pelas crianças.
Após a escrita do texto seguíamos para a revisão: troca de palavras muito repetidas, organização dos temas em parágrafos (a história ajudava muito nesse quesito), retirada de marcas de oralidade (aí, daí, tipo...), pontuação. reorganização do texto quando líamos e sentíamos que estava confuso.
Levamos seis meses para a reescrita e revisão de 12 textos na sala de aula. Com a Bruna na Casa de Leitura foram mais 3. Foi um trabalho intenso. Além das nossas revisões, ainda pedíamos a Lília que é professora de Língua Portuguesa para fazer uma revisão final, pois como a coletânea iria ser lida por familiares e amigos, mostrei a eles a necessidade de estar tudo bem certinho.
Ao longo do trabalho fui percebendo que alguns personagens ficavam mais marcados que outros. A Fada Fofa era a mais amada! Além disso, ela aparecia em vários livros. Resolvemos criar uma almofada da Fada Fofa para levarem para casa. Cada um desenhou sua própria Fofa. Para esse trabalho foi utilizado pano cru, caneta de tecido e giz de cera.
Como houve também o interesse por outros personagens, cada criança escolheu um personagem para retratar. Como alguns eram difíceis para desenhar usando tinta, resolvemos utilizar lápis para o desenho e caneta de tecido para pintar o personagem. O fundo da tela foi pintado com guache.
A minha preocupação maior era que os pais dessem importância para o trabalho de reescrita das histórias. Eu pensei, de início, que as crianças lessem as histórias durante a exposição dos trabalhos. Entretanto, eu queria algo impactante! Algo que mostrasse claramente o trabalho realizado pelas crianças.
Sendo assim, veio a última fase do projeto: as ilustrações! Tive uma ideia (Perigo): Reuni todas as histórias que já estavam digitadas para a coletânea e levei para ampliá-las a metro. Ficaram cartazes bem grandes com espaços para ilustrações. Em sala de aula, fizemos um combinado: quem caprichasse no desenho da sua coletânea faria o mesmo desenho em tamanho grande no cartaz. Foi uma motivação para as crianças. Os cartazes deram vida à sala de aula e chamaram a atenção das pessoas para o trabalho que realizamos (como eu queria). No dia da exposição, algumas crianças leram algumas histórias para os convidados.
No mesmo dia da exposição, fizemos uma apresentação de sombras baseado no livro "Ervilina e o Princês ou Deu a louca em Ervilina". Esse trabalho foi realizado em conjunto pela turma, Casa de Leitura (Bruna) e Artes (Monique).
As crianças estavam muito bem ensaiadas e muito entusiasmadas. Todos os alunos da escola, pais e parentes assistiram ao teatro. Foi um sucesso!
VEJA A COLETÂNEA COMPLETA:
COLETÂNEA COMPLETA
Ana Antunes